Brasília – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas encaminhou nesta terça-feira (19) ofícios a diversos órgãos solicitando cópias do dossiê contra políticos do PSDB apreendidos pela Polícia Federal em São Paulo, no sexta-feira (15). A CPI também pretende ter acesso aos documentos apreendidos e aos depoimentos dos envolvidos com a elaboração e a negociação do material.

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Os ofícios foram encaminhados ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e ao juiz Jefferson Schineider e a seu substituto. "Houve consenso da CPMI de que todos os fatos objetos da nova denúncia devem ser investigados", disse Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). Segundo ele, a CPMI ainda não dispõe de nenhum material dessa operação e as informações que tem são as veiculdas pela imprensa.

"Sabemos que os fatos estão ai. Queremos analisar os elementos e a partir dai investigar tudo que mereça ser investigado e, aí, podem ser convocadas quaisquer pessoas de qualquer de escalão e órgão público", informou. "Não vamos partidarizar a CPMI. O sucesso do nosso trabalho depende de investigação que não fique vinculada a disputa política eleitoral".

Na avaliação de Biscaia, as novas denúncias têm que ser investigadas pela CPMI. "A partir da primeira semana de outubro, a CPI vai concentrar suas investigações em todos esses episódios e vai cumprir o seu papel, revelando à nação o retrato de todo esse esquema criminoso, que está sendo desvendado", afirmou.

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A CPMI dos Sanguessugas fará sua primeira reunião formal no dia 4 de outubro, quando, segundo Biscaia, devem ser votados todos os requerimentos pendentes, entre eles a convocação dos ex-ministros da Saúde, José Serra; Barjas Negri, Humberto Costa e Saraiva Felipe.

Biscaia informou também que deverão ser votados os requerimentos de convocação de todos os envolvidos com o esquema do dossiê contra políticos do PSDB. O parlamentar defendeu ainda que os empresários Luiz Antonio e Darci Vedoin permaneçam presos. "Não é possível que alguém em liberdade provisória, que participava de um esquema criminoso dessa envergadura fique em liberdade atrapalhando o trabalho do Judiciário e do Legislativo nas investigações".

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Participaram da reunião da CPMI além do presidente, o vice-presidente deputado Raul Jungmann (PPS-PE), o sub-relator de sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), o sub-relator deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) e o senador Sibá Mahcado (PT-AC).