CPI dos Sanguessugas notifica quinze parlamentares acusados

O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), começou a notificar os 15 parlamentares que estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento com a compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. Os parlamentares terão cinco dias úteis, a partir do recebimento da notificação, para apresentar explicações por escrito à CPI. Biscaia defendeu a apresentação e aprovação do relatório com o nome de todos os parlamentares supostamente envolvidos na primeira semana de agosto.

"Nosso objetivo no Congresso é identificar os parlamentares do esquema das ambulâncias. Já existem elementos suficientes contra 57", afirmou o presidente da CPI. A pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), o Supremo autorizou a abertura de inquéritos contra 15 deles. Na semana passada, a procuradoria pediu ao STF o indiciamento de mais 42 deputados e senadores.

Biscaia observou que o inquérito contra os 15 parlamentares corre em segredo de Justiça. Por isso, o petista pretende notificá-los através de um ofício sigiloso. "Vou expedir ofícios sigilosos, que pretendo entregar em mãos, para que os 15 parlamentares se expliquem por escrito", afirmou o presidente da Comissão.

Segundo Biscaia, a investigação sobre esquema semelhante de desvio de recursos orçamentários nos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia não será feita agora. Por enquanto, a CPI vai focar suas apurações apenas nos documentos enviados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público sobre a máfia das ambulâncias. As investigações sobre o uso irregular de recursos do Orçamento para compra de transporte escolar e para veículos do programa de inclusão digital só serão feitas depois das eleições de outubro.

Na semana que vem, sete integrantes da CPI vão para Cuiabá para tomar os depoimentos de Maria da Penha Lino, apontada como braço da quadrilha dos sanguessugas no Ministério da Saúde. A comissão também ouvirá Darci José Vedoin e seu filho Luis Antonio Trevisan Vedoin, proprietários de empresas que vendiam ambulâncias superfaturadas para as prefeituras.

Na reunião administrativa da CPI de hoje, não houve quorum para analisar o pedido de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de investigados. Também foi adiada a discussão dos requerimentos que pedem a convocação dos três últimos ministros da Saúde: Saraiva Felipe (PMDB) e Humberto Costa (PT), ambos do governo Lula, além de José Serra (PSDB), candidato ao governo de São Paulo e titular da pasta no governo Fernando Henrique Cardoso.

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