A CPI Mista dos Correios iniciou há pouco sua reunião administrativa, na qual
votará, entre outros requerimentos, a convocação do deputado José Dirceu (PT-SP)
para depor na comissão e o encaminhamento de um pedido de prisão preventiva do
empresário Marcos Valério Fernandes, suspeito de ser o principal operador do
mensalão, sob a alegação de ter cometido crime de ocultação e destruição de
provas.

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"Por mais que Marcos Valério negue, houve incineração de
documentos e, além disso, houve obstrução de testemunhas, com os contatos que
ele tem mantido, conforme ficou claro no depoimento da mulher dele, Renilda
Santiago Fernandes, ontem à CPI", disse há pouco o relator da comissão, deputado
Omar Serraglio (PMDB-PR). Para o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral
(PT-MS) se aprovada, a convocação de José Dirceu dependerá de uma data
disponível na agenda da CPI, provavelmente a partir da segunda quinzena de
agosto.

Sobre o pedido de prisão de Marcos Valério, Delcídio argumentou
que esta decisão caberá ao plenário da CPI, em votação.

Delcídio e
Serraglio observaram, entretanto, que a CPI só poderá fazer o encaminhamento ao
Ministério Público Federal solicitando a prisão preventiva de Valério e caso o
MP considere haver fundamento no pedido de prisão, encaminhará a um juiz de
direito que, por sua vez, decidirá sobre a prisão preventiva.

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"De certo
modo, Marcos Valério está sim atrapalhando os trabalhos da CPI porque nós
precisamos de provas materiais, não só as orais colhidas nos depoimentos e por
isso esse pedido de prisão tem de ser avaliado neste momento", afirmou
Serraglio. Ele lembrou que a CPI possui em mãos uma gravação telefônica feita
com autorização da Justiça, na qual funcionários da contabilidade das empresas
de Marcos Valério discutem fórmulas de ocultar ou destruir documentos que possam
comprometer o empresário. A reunião administrativa da CPI prossegue aberta para
a imprensa.