Nesta quarta-feira, os parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios não chegaram ao consenso sobre a convocação do doleiro Toninho da Barcelona para depor na comissão. O requerimento que prevê essa convocação será avaliado em uma nova sessão administrativa nesta quinta-feira.
Na reunião de amanhã, os parlamentares devem definir também a quebra de sigilo de outros fundos de pensão e votar os requerimentos que pedem a convocação de Daniel Dantas, do banco Oportunitty, e do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Ainda estará na pauta de discussões a formulação de uma agenda para os próximos 30 dias com os depoimentos de pessoas já convocadas.
De acordo com o relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB), serão chamados para depor em breve o ex-ministro chefe da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, o ex-chefe de contratações dos Correios, Maurício Marinho, e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. "Precisamos ter calma para marcar os depoimentos. É mais interessante obter mais informações antes de ouvi-los", pondera Serraglio.
Nesta quarta-feira, o presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), fez um apelo para que a comissão não perca o foco com outras investigações. Entre elas, a de financiamento irregular de campanhas estaduais. "Se entrarmos nessa investigação, viramos biruta de aeroporto", comparou Delcício. O presidente da comissão teve o apelo atendido pelos parlamentares, que recusaram de forma consensual requerimento para iniciar investigação na esfera estadual.
O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) concordou com a medida, mas ressaltou que não é possível reduzir o número de depoimentos para acelerar os trabalhos. "A comissão investiga esquema de vários tentáculos. É uma rede de corrupção grande que precisa de detalhamento", defende Paes, que ainda é favorável à convocação do doleiro Toninho da Barcelona.