Brasília ? O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse hoje (3) que estão sendo investigados outros contratos da Visanet firmados entre o Banco do Brasil (BB) e a DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério de Souza. A Visanet é uma empresa que tem como um de seus principais acionistas o Banco do Brasil, com 32,5% do capital. Segundo Serraglio, o BB é responsável pela área de publicadade da Visanet.
Segundo o relator, um desses contratos, do dia 19 de maio de 2003, mostra que o BB depositou R$ 23,3 milhões na conta da DNA, como antecipação de pagamento por serviços à Visanet. Um dia depois, a DNA aplicou em fundos de investimentos do Banco do Brasil R$ 23,2 milhões.
A CPI faz ligações desse dinheiro com um empréstimo de R$ 19 milhões que a SMP&B, outra empresa de Marcos Valério, fez no Banco Rural. Esse empréstimo consta na relação apresentada por Valério à CPI como um empréstimo para o PT. Serraglio afirma que a comissão ainda precisa descobrir se o dinheiro foi do BB para o Rural, mas ele desconfia que tenha sido usado o mesmo esquema feito no BMG ? um empréstimo que não foi pago.
Hoje, o relator apresentou a conclusão parcial de uma investigação nos contratos entre a DNA e a Visanet. Ele afirmou que Marcos Valério recebia dinheiro por trabalhos de publicidade e depois depositava a verba em bancos que, posteriormente, realizariam supostos empréstimos. "A estatal paga para uma empresa do Marcos Valério. Esse dinheiro vai para o [banco] BMG e ele empresta. Em outra oportunidade, um outro pagamento vai para o Banco Rural, que também empresta e não cobra", disse.