A agenda de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios será cheia na próxima semana. Em reunião com os técnicos da CPMI, o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), decidiu hoje (24) ouvir, na próxima terça-feira, os depoimentos de Jairo Martins, Joel Santos e Arlindo Molina. Eles são apontados como participantes da gravação de vídeo na qual o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, deu detalhes sobre um suposto esquema de corrupção na estatal.
Nos outros dias, Delcídio Amaral quer marcar o depoimento de pelo menos três ex-diretores dos Correios: de Operações, Maurício Madureira; Tecnologia de Informação, Eduardo Medeiros; e da área de Administração, Antônio Osório Batista. Além deles, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), responsável pelas denúncias, e seu genro Marcus Vinícius Vasconcelos Ferreira, citado como um dos participantes do esquema de corrupção, também serão ouvidos na semana que vem.
Para o senador, a próxima semana será de muito trabalho e esclarecimento. "Será uma semana importante. Mas é fundamental que aproveitemos bem os depoimentos para que possamos tirar todas as dúvidas. Essa CPI precisa deslanchar e semana que vem ela vai deslanchar", afirmou. Delcídio disse ainda que vai buscar uma maneira de fazer com que a CPMI funcione durante o recesso parlamentar para dar continuidade ao trabalho da comissão.
De acordo com o presidente da CPMI, o esquema de corrupção não funcionou especificamente dentro dos Correios. Para ele, é "uma coisa mais ampla, até uma organização de trabalho". "Aparentemente a ação é muito mais extensa do que se imagina. O que ficou caracterizado é que o grupo que assessorou o empresário Arthur Waschek Neto nessas gravações tenham uma área de atuação maior. Não estava concentrada num fato episódico, mas em uma estrutura mais ampla".