A CPI dos Correios aprovou hoje (7) a convocação de 60 pessoas ligadas a fundos de pensão para aprofundar as investigações sobre os prejuízos milionários ocorridos entre 2000 e 2005. Diretores financeiros ou de investimentos dos fundos, sócios de corretoras e pessoas físicas que tiveram grandes ganhos no período serão chamadas a prestar esclarecimentos.

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A CPI busca o elo entre os recursos perdidos pelos fundos – e lucrados por empresas e investidores – e o esquema de financiamento de partidos e campanhas políticas com caixa 2. Na próxima semana, a CPI deverá votar pedidos de quebra de sigilo bancário e fiscal dos donos das corretoras e dos investidores individuais.

Um dos convocados é o empresário José Carlos Batista, que lucrou R$ 7 milhões nesse período. Sócio da corretora Guaranhuns, que repassou dinheiro de Marcos Valério Fernandes de Souza para o PL, Batista pode ser a conexão entre os recursos perdidos pelos fundos e o esquema do mensalão.

Os prejuízos dos fundos de pensão chegaram a R$ 729,1 milhões só em aplicações mal feitas no mercado futuro (derivativos). Entre 2003 e 2005, os fundos perderam R$ 54,8 milhões em operações de compra e venda de títulos públicos. Os números foram apresentados ontem (6), em relatório parcial do sub-relator dos fundos, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).

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Nesta fase, a apuração será concentrada em nove fundos. "Vamos ouvir primeiro diretores dos fundos que tiveram as maiores perdas em derivativos. São prejuízos fora do padrão", disse o deputado. ACM Neto insiste que, por enquanto, não falará em fraude, pois ainda precisa investigar se os prejuízos foram fruto de má gestão ou de desvio de dinheiro. "A palavra fraude, se for o caso, só vai entrar no relatório final, do deputado Osmar Serraglio."

Resposta

O sub-relator reagiu hoje às notas oficiais dos fundos de pensão, que questionaram o trabalho da CPI. "Durante 32 dias, a força-tarefa que reuniu seis instituições fez um levantamento absolutamente confiável", alegou o deputado. Os técnicos continuam o pente-fino nas operações dos fundos com títulos privados, com ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e no mercado imobiliário. Também farão levantamento sobre os investimentos dos fundos no Banco Rural e no BMG, que fizeram empréstimos a Marcos Valério.

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Os diretores dos fundos terão de explicar à CPI por que houve investimentos arriscados. Os fundos argumentam que os prejuízos fazem parte dos negócios e muitos deles mostram balanços anuais indicando que tiveram lucros, apesar de algumas perdas. "Poderiam ter mais lucros ainda", avalia ACM Neto.