Por mais de duas horas os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios discutiram os trabalhos da comissão, o que atrasou o depoimento do ex-presidente do Banco Popular, Ivan Guimarães.
Parlamentares da oposição insistiram na convocação do doleiro Antônio Claramunt, o Toninho Barcelona, do ex-ministro chefe da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica (Secom), Luiz Gushiken e do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto.
O deputado Maurício Rands (PT-PE) disse que concorda apenas com a convocação de Gushiken. Segundo ele, ouvir Barcelona em São Paulo foi um "mico", que em sua opinião fez acusações irresponsáveis e sem provas.
O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) disse que Barcelona não é uma "figura pura", mas não descarta a realização do depoimento do doleiro. "Tem que ser levado como suspeito, mas pode ser importante para investigações", afirmou.
No caso de Okamotto, Rands disse que a sua convocação foge do foco na CPI. "É uma tentativa na oposição de derrubar o presidente da República", afirmou. "O que aconteceu é uma questão interna do partido, não tem nada haver com a CPI", completou.
A oposição criticou o depoimento marcado para amanhã de Marcos Vinicius Vasconcelos, genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O deputado Eduardo Paes disse que não é contra a convocação, mas questionou a proximidade da data com o julgamento de Jefferson no Conselho de Ética, que ocorre até sexta-feira.
"Pode criar um certo constrangimento", considerou. O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que a convocação já havia sido aprovada há algum tempo e o depoimento marcado na última semana se mostra mais importante, principalmente após as declarações do ex-chefe do Departamento de Contratação dos Correios, Maurício Marinho, ao Ministério Público Federal semana passada onde envolve o genro do deputado do PTB em denúncias de corrupção.
O deputado ACM Neto (PFL-BA) sugeriu ainda a realização de uma nova sistemática de trabalhos na CPI dos Correios. Para ele, nas terças-feiras poderiam ser tomados depoimentos em sub-comissões, na quarta, ouvidas pessoas em plenário, por todos integrantes da CPI e a quinta-feira poderia ser dedicada a reuniões administrativas com votação de requerimentos.
O deputado reclamou também da demora na chegada das informações sobre os fundos de pensão solicitadas, segundo ele, há mais de 15 dias. O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que os ofícios solicitando informações sobre os fundos foram enviados no dia 18.