A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos quebrou hoje, pela segunda vez, o sigilo bancário, fiscal e telefônico do empresário Roberto Carlos Kurzweil, ao aprovar um requerimento do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Kurzweil é dono da locadora que emprestou o Ômega blindado que teria sido usado pelo motorista Éder Eustáquio Macedo para transportar, de Campinas, no interior de São Paulo, para a capital paulista, os dólares da suposta doação recebida de Cuba. Também é dele o carro usado pelo ex-secretário de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares, além ter sido apontado como o intermediador que teria oferecido ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a doação de R$ 1 milhão oferecida por donos de bingo para a campanha de 2002 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Convocado a depor, Kurzweil não compareceu, alegando, mediante o envio de um atestado médico, que estava com torção no dedão do pé. Dias refez o pedido de abertura das contas e do sigilo dele porque, na sexta-feira (20), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, deu uma liminar impedindo a CPI de pedir ou usar os dados, sob a alegação de que a medida não estava bem fundamentada.