A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos vai decidir amanhã (22) se o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, será convocado para depor ainda neste ano. A iniciativa contraria as expectativas do senador petista Tião Viana (AC), de dar a Palocci a prerrogativa de comparecer espontaneamente à comissão, sem se submeter a uma determinação da CPI. Tião avisou que vai insistir nos seus argumentos até os últimos minutos. "Como o ministro se colocou à disposição mediante um simples telefonema, ficou provado que há uma relação de cordialidade entre ele e os senadores da CPI, seria um modo educado e cooperativo de agir", alegou. O líder da minoria, José Jorge (PFL-PE), e Tião Viana foram encarregados pelo presidente da comissão, Efriam Morais (PFL-PB) de acertar com Palocci a data de seu comparecimento.

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A exigência de Efraim é que isso ocorra antes do dia 10 de dezembro. "Não teria sentido adiar um depoimento importante para o próximo ano", justificou. Ele antecipou que, antes do ministro, a CPI ouvirá seu secretário particular, Adermison Ariosvaldo da Silva. O assessor recebeu 1.434 ligações de Vladimir Poleto, de março de 2003 até agosto último, no celular que também é utilizado por Palocci. Já indiciado pelo crime de formação de quadrilha em Ribeirão Preto, Poleto mentiu no dia em que depôs à CPI que terminou sendo alvo de um pedido de prisão provisória.

O relator Garibaldi Alves (PMDB-RN) chegou a concordar com a tese do petista, de livrar o ministro da convocação, mas ao final endossou a posição do presidente da comissão, de que trocar a convocação por um convite a Palocci "atingiria a autoridade da CPI". "Há um acordo de deixar o ministro escolher a data e não o de descaracterizar os procedimentos da CPI", argumentou.

Garibaldi e Efraim souberam pela imprensa do acerto feito pelo líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), de antecipar para a última quarta-feira a ida do ministro na CAE, inicialmente marcada para amanhã. Com isso, o governo esperava ofuscar as indagações sobre uma série de denúncias em que o ministro está supostamente envolvido. Não deu certo porque a oposição se limitou a questionar o ministro na CAE sobre assuntos econômicos.

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A CPI tem em seu poder um mapa, feito pela Polícia Civil de Ribeirão Preto, que comprova os crimes de superfaturamento, peculato e falsidade ideológica nos contratos de limpeza urbana assinados com o Grupo Leão Leão na gestão de Palocci. Tem ainda um dossiê com documentos sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras, na sua administração, além do depoimento em que seu ex-secretário Rogério Buratti revelou ser ele o intermediário na entrega do ‘mensalão’ de R$ 50 mil que abastecia o caixa 2 do PT.