CPI dos Bingos convoca Bispo Rodrigues para depor

Brasília (AE) – Dois dias depois de renunciar ao mandato de deputado, o ex-coordenador da bancada evangélica da Câmara Bispo Rodrigues (PFL-RJ) foi convocado a depor na CPI dos Bingos sobre seu suposto envolvimento em uma série de denúncias. Ele será acareado, na próxima semana, com o funcionário da Assembléia do Rio de Janeiro Jorge Luiz Dias, autor das acusações tornadas públicas ontem (13), com o depoimento da deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) à comissão.

A deputada disse ter ouvido de Jorge as informações sobre o esquema de corrupção patrocinado pelo bispo e pelo ex-presidente da Loterj e ex-secretário de Assuntos Parlamentares da Presidência, Waldomiro Diniz. Bispo Rodrigues recebeu R$ 400 mil das contas do empresário Marcos Valério Fernandes, acusado de ser o operador do ‘mensalão’. Como ele renunciou ao mandato, preservou o direito de disputar uma nova eleição no ano que vem.

Segundo Cidinha, Waldomiro e o bispo extorquiam R$ 1 milhão por mês das casas de bingos em troca da garantia de que os estabelecimentos não seriam fiscalizados. A deputada disse que Jorge acusou Rodrigues de assassinar o deputado Valdeci de Paiva, em janeiro de 2003 e de cobrar "mensalinho" de R$ 15 mil de cinco deputados estaduais da bancada evangélica. Ela citou o nome dos parlamentares que teriam sido achacados, mas antecipou que eles não confirmarão a denúncia.

O Bispo Rodrigues, conforme informou, estaria igualmente envolvido no esquema encabeçado por Waldomiro, de entregar R$ 15 milhões da Loterj para a agência de publicidade Job, de Niterói, para "lavar o dinheiro que depois seria distribuído entre os partidos e políticos. Jorge Luiz é hoje assessor do deputado Marcos Abraão (PDT-RJ), que chegou a ter o mandato cassado, depois recuperado na Justiça, como mandante do assassinato de Valdeci.

A CPI dos Bingos também convocou para depor três pessoas que teriam recebido recursos da MM Consultoria, empresa de Belo Horizonte suspeita de intermediar o dinheiro da propina paga pela multinacional Gtech do Brasil, quando da renovação do contrato das loterias da Caixa Econômica Federal (CEF).

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