Brasília – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos antecipou de quinta-feira (23) para amanhã (22) o depoimento do motorista Francisco das Chagas Costa, que, entre 2003 e 2004, atendeu a ex e atuais assessores do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Costa foi convocado para falar da fase em que se tornou uma espécie de "laranja" dos patrões, depois de ter fornecido os documentos para que o ex-assessor da prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Vladimir Poleto, habilitasse dois telefones celulares em nome dele.
Os aparelhos eram usados, entre outros, por Poleto, pelo então assessor da presidência da Caixa Econômica Federal (CEF) Ralf Barquete e pelo assessor de Palocci Ademirson Ariosvaldo da Silva.
A quebra do sigilo telefônico do motorista mostrou que, do telefone de Silva, foram feitas 237 ligações para os celulares habilitados em nome de Costa. Os telefones eram também usados pela promotora de eventos Jeanne Mary Corner, que recebia e fazia telefonemas por eles, e a sede do Grupo Leão Leão, envolvido no esquema de superfaturamento de contratos da prefeitura.
A quebra do sigilo apontou ainda que o telefone do assessor do ministro da Fazenda recebeu 107 ligações feitas pelos dois celulares em nome do motorista, entre 26 de abril e 19 de dezembro de 2003.
Também amanhã, a CPI deve tomar o testemunho do ex-tesoureiro do PPS Rui Vicentini, que afirmou ter participado de uma conversa na qual interlocutores ligados ao PT teriam proposto o pagamento de R$ 4 milhões ao PPS em troca de apoio à reeleição da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT), pré-candidata a governador.
Segundo Vicentini, a proposta teria sido feita pelos ex-secretários de Comunicação da Prefeitura na gestão Marta, Valdemir Garreta, e geral do partido Sílvio Pereira.
