A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas recebeu da Polícia Civil de Tupã, em São Paulo, documentos que confirmam a ligação da advogada Susana Volpini Micheli com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O inquérito policial descreve conversas telefônicas da advogada com Abel Pacheco de Andrade, o Vida Louca, apontado como um dos chefes de um seqüestro realizado na cidade.
O inquérito trata do seqüestro de um casal de irmãos para conseguir informações sobre o paradeiro de uma mulher que teria ordenado a morte de Marcos Camacho, o Marcola, apontado como chefe da facção. A ordem seria de matar as duas pessoas depois de concluída a tarefa, mas a polícia conseguiu resgatar as vítimas.
Ligações interceptadas
Nas ligações interceptadas pela polícia a partir do celular de Abel, que cumpre pena no presídio de Presidente Bernardes, a advogada o alerta de que todos os telefones estavam grampeados.
No início, a polícia não tinha certeza de que se tratava de Susana Volpini nas ligações. Porém, quando ela solicitou acesso aos autos do inquérito, os policiais informaram-na que só estariam disponíveis às 16 horas. Ela repassou a informação ao preso por telefone, confirmando, assim, sua identidade.
A CPI do Tráfico de Armas investiga 32 advogados acusados de ajudar o PCC ou fazer parte da organização. Eles seriam responsáveis por postos de comando na organização ou de apoio, como o repasse de informações ou entrada de celulares nos presídios.