Brasília – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado Federal para investigar a crise no setor aéreo brasileiro aprovou nesta terça-feira (22) o plano de trabalho apresentado pelo relator da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
O roteiro prevê depoimentos de 35 pessoas, pedidos de informações a 19 órgãos e instituições, além da solicitação de técnicos para auxiliar nas investigações.
A primeira reunião para tomada de depoimentos está marcada para quinta-feira (24). O relator convocou os três controladores de vôo que estavam trabalhando no momento do acidente do Boeing da Gol com o jato Legacy, que resultou na morte de 154 pessoas em 2006.
Demóstenes quer ouvir um controlador de Brasília, outro de São José do Rio Preto e outro de Manaus. Apesar da convocação, ele acredita que há "grandes chances" de que eles não compareçam. ?Não acredito que venham porque estão sendo investigados?.
Para o mesmo dia, foram chamados também o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, e o representante da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, Weliongton Andrade Rodrigues.
Segundo o senador, a CPI deve começar as investigações na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) daqui a duas ou três semanas. ?Primeiro queremos ter em mãos os documentos?.
O relator já recebeu informações da Controladoria-Geral da União (CGU) e aguardada as informações do Tribunal de Contas da União (TCU), da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP).
Em seu relatório, ele afirma que o objetivo da CPI é verificar as causas, condições e responsabilidades relacionadas aos ?graves problemas? verificados no sistema de controle de tráfego aéreo.
Identifica, ainda, cinco núcleos sujeitos à investigação: Conselho de Aviação Civil e Departamento de Política de Aviação Civil, no Ministério da Defesa; Comando da Aeronáutica; Infraero e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).