Depois de um período de disputa de poder e de atribuições, as CPIs do Mensalão e dos Correios chegaram, nesta quarta-feira, a um entendimento quanto ao acesso a documentos referentes à quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico e a dados de empresas, instituições financeiras e pessoas envolvidas nas recentes denúncias.
"Chegou um momento de cooperação, de somar eficiência, quebrando-se os sigilos já realizados pela CPI dos Correios", disse o presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB- RO), depois de se reunir na manhã desta quarta-feira, com o presidente e com o relator da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS) e deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Depois do encontro, o senador Lando iniciou a reunião administrativa da CPI do Mensalão, colocando em votação 60 requerimentos, dentre eles a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de pessoas e empresas citadas nas denúncias. Os requerimentos, que já foram aprovados pela CPI dos Correios, foram também aprovados pelos parlamentares da CPI do Mensalão. Com isso, os membros desta CPI terão também acesso a esses documentos.
Dentre os requerimentos aprovados estão os de quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dos ex-dirigentes dos Correios, Mauricio Marinho, Antonio Osório e Eduardo Medeiros, das empresas Skymaster e Garanhuns, de Renilda Fernandes de Souza, esposa de Marcos Valério, e de seu sócio, Cristiano de Mello Paz.
A CPI também aprovou documentos referente a saques da agência do Banco Rural em Belo Horizonte. Ainda entre os requerimentos aprovados, estão os que determinam ao Banco Central o envio de cópias dos contratos dos quais Marcos Valério foi avalista, fiador e devedor solidário nos últimos cinco anos, e ao Banco do Brasil, Banco Rural e BMG o envio dos contratos firmados com o PT.