Uma semana depois de responsabilizar os pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paladino pelo choque entre os aviões da Gol e o jato Legacy, em 29 de setembro do ano passado, o delegado da Polícia Federal Renato Sayão Dias, encarregado do inquérito, depõe na CPI do Apagão Aéreo. O depoimento do delegado, marcado para terça, será o primeiro na comissão. Nesta segunda, deputados da CPI vão ao Cindacta-1, em Brasília, verificar como funciona o sistema de controle do vôos no País.
Em meio à visita e aos depoimentos marcados, a oposição prevê tensão nos trabalhos da comissão nessa semana. Os deputados tucanos na CPI pretendem ampliar as apurações, requisitando relatórios, inquéritos e processos que envolvam empresas relacionadas ao setor aéreo. Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), por exemplo, apontam irregularidades na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aéreo Portuária (Infraero).
Os tucanos da comissão vão tentar aprovar, na reunião de quarta-feira, requerimentos para obter documentos da Polícia Federal, do Ministério Público, da Controladoria Geral da União e da Justiça Militar, além de relatórios do TCU. Mas no cronograma de trabalhos do relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-SP), a investigação sobre supostas irregularidades na Infraero só deverá ser objeto da CPI no final dos trabalhos, no segundo semestre.
Na quinta-feira, a CPI ouvirá outros dois depoimentos: o do presidente da comissão da Aeronáutica que investiga o acidente, coronel Rufino Antônio da Silva Pereira, e o do chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronaúticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kercul Filho.