A Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos ainda vai decidir se o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, marcado para hoje às 10 horas, será aberto ou fechado. A informação é do relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB/RN). Em entrevista ao Programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, o parlamentar disse que não vê motivos para que a reunião seja secreta.
"Nós que compomos a mesa diretora da CPI vamos saber do caseiro se ele tem alguma coisa a acrescentar que leve a reunião a ser reservada. Não tem muito sentido, depois de ele ter dado tantas entrevistas de público, que a reunião possa ainda ser secreta. A não ser, no caso de ele dizer que vai acrescentar alguma coisa de grave, que não possa ser dita diante do público", explicou.
O caseiro apresentou uma versão sobre a suposta participação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em uma casa alugada, em Brasília, na época em que era prefeito de Ribeirão Preto, em São Paulo.
Para o senador Garibaldi Alves, a aprovação do depoimento do caseiro em votação apertada por sete votos a seis, incluindo o voto do senador Eduardo Suplicy (PT/SP), apenas repetiu o comportamento revelado em outras decisões.
"Em outras ocasiões a CPI também se apresentou dividida. Aqui e acolá temos um certo acirramento em torno da apreciação de determinados depoimentos. Algumas votações, inclusive, foram decididas até por voto de Minerva do presidente da Comissão (senador Efraim Morais-PFL/PB)", disse.
Garibaldi Alves Filho contestou o argumento de integrantes de partidos aliados do governo de que a CPI perdeu o foco que motivou sua convocação, com a intenção de apenas desgastar o governo.
"A CPI tem enveredado às vezes pelo aspecto da conexão dos fatos, isso que o próprio Supremo Tribunal Federal já reconheceu em um dos seus julgamentos. Estamos apurando determinado fato que leve em conta o financiamento de caixa 2 por meio dos Bingos e nos deparamos com crimes conexos como dinheiro também para caixa 2 do sistema de transporte e da coleta do lixo", afirmou.
Segundo o senador, isso tudo vai levando a CPI a não ficar paralisada e apurar os fatos. "No episódio de Santo André, nos deparamos com o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel", concluiu.
