CPI das Armas pede prisão preventiva de advogados

O presidente da CPI do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), cobrou da Justiça Federal a prisão preventiva dos advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina Rachado, acusados de transmitir declarações sigilosas feitas na Comissão à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A decretação da prisão dos dois já foi solicitada na semana passada, mas ainda não houve resposta.

"Não temos dúvida do envolvimento dos dois com o crime organizado", afirmou Moroni Torgan, ao final da sessão de quatro horas e meia da CPI hoje. Na segunda parte da sessão, os dois advogados foram submetidos a uma acareação com o ex-funcionário terceirizado da Câmara Arthur Vinicius Pilastre Silva. Ele confessou ter recebido R$ 200 em troca de um CD com um depoimento secreto em que o chefe do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic), Godofredo Bittencourt, falava que os chefões do PCC seriam transferidos para presídios de segurança máxima no interior de São Paulo. Segundo autoridades policiais, essa informação foi decisiva para o início da série de atentados que aterrorizou São Paulo e causou dezenas de mortes.

Na acareação, os dois advogados passaram a maior parte do tempo se negando a responder perguntas – eles recorreram ao direito de só falar na Justiça, pois acreditavam que as respostas poderiam incriminá-los. Deputados da comissão declararam que o depoimento de Arthur Vinicius foi o único que se manteve coerente, enquanto os dois advogados caíram em contradição.

Ameaça

O deputado Raul Jungman (PPS-PE), integrante da CPI do Tráfico de Armas disse que uma testemunha da comissão telefonou para a Secretaria da CPI dizendo que o presidente deveria ter cuidado, porque sua vida estaria correndo risco. Segundo relato de Jungman, a testemunha pediu que o delegado da Polícia Federal, José Antonio Dornelles, que acompanha os trabalhos da comissão, e o secretário da CPI, Manoel Alvim, "tomem cuidado com a vida de Moroni". Trata-se de uma testemunha já colaborou com a CPI no passado e que pertenceu ao crime organizado. Segundo o delegado Dornelles, esse tipo de ameaça é levado a sério. "Não vamos permitir que nos acovardem nem que executem a ameaça", afirmou Jungman.

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