O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou a lista completa com os nomes dos 36 integrantes titulares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará a suposta compra de votos de parlamentares do PP e do PL no governo Lula e também a suposta compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição em 1997. Até a noite desta segunda-feira, faltavam apenas dois nomes para completar a lista, um do Senado, a ser indicado pelo PMDB, e um da Câmara, pelo PSB.
O PMDB indicou o senador Maguito Vilela (GO). O peemedebista Romero Jucá (RR), que aparecia na lista parcial divulgada ontem, não está mais na relação de integrantes da CPMI. O senador Ney Suassuna, que seria suplente, passou a ocupar a vaga de titular, conforme a relação lida em plenário hoje pelo presidente do Senado.
Já o PSB indicou o deputado Renato Casagrande (ES). Dos 36 membros titulares, 18 são deputados e 18, senadores. Além desses, há 36 suplentes ainda a serem indicados. O prazo para indicação pelos partidos dos integrantes da comissão se encerraria ontem, mas foi prorrogado por Renan Calheiros até as 11 horas de hoje, horário marcado para o início da sessão extraordinária em que os nomes foram lidos.
Segundo o presidente do Senado, agora cabe ao membro mais idoso da CMPI convocar a reunião para a instalação da comissão e eleição do presidente, que indicará o relator, e do vice-presidente.
O senador José Jorge (PFL-PE) fez um apelo às lideranças partidárias para que seja feito um acordo para a escolha dos nomes que ocuparão esses cargos. Já para o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a relatoria e a presidência devem ficar com o PT e o PMDB. Renan Calheiros, por sua vez, defendeu que os integrantes da base do governo e da oposição devem firmar um acordo para a indicação do presidente e do relator.
O presidente do Senado disse ainda que, na sua opinião, a apuração sobre o pagamento de mesadas deveria ser feita somente pela Câmara, uma vez que o Senado não votaria casos em que pudesse haver a perda de mandato de deputados. "Como não prosperou o entendimento para a instalação de uma CPI na Câmara dos Deputados, fizemos a leitura do requerimento de CPI mista no Congresso, uma vez que o pedido para a instalação da comissão preenche os pressupostos legais: fato determinado, número suficiente de assinaturas e prazo estabelecido para o seu funcionamento", afirmou.
Para Mercadante (PT-SP), a comissão também deveria ser apenas da Câmara. "Eu defendi desde início que esta CPI fosse feita na Câmara dos Deputados porque basicamente dizia respeito a quebra de decoro parlamentar de deputados. Se esse fato da compra de deputados existiu, as denúncias até o momento dizem respeito a parlamentares das câmara dos deputados. O Senado não pode ser envolver em matérias que são referentes a câmara dos deputados", defendeu.