O presidente da CPI dos Correios, senador Delcício Amaral (PT-MS), reúne-se amanhã (10) à tarde com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para cobrar do governo federal acesso aos documentos com a quebra do sigilo bancário e fiscal da conta Dusseldorf, do publicitário Duda Mendonça, nas Bahamas. Os documentos chegaram na semana passada dos Estados Unidos e já foram distribuídos para análise do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) e da Polícia Federal, ambos vinculados ao Ministério da Justiça, e para o Ministério Público Federal.

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"Essa denúncia nasceu na CPI dos Correios e não é possível que sejamos os únicos a ficar sem essas informações", reclamou hoje Delcídio. Ele encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para que a CPI possa compartilhar dos documentos obtidos pela Promotoria Distrital de Nova York com a movimentação bancária da conta de Dusseldorf e das 17 pessoas que a abasteceram. Delcídio defendeu que um grupo de parlamentares da CPI dos Correios viaje aos Estados Unidos para conversar com as autoridades norte-americanas sobre os documentos. "É importante irmos aos Estados Unidos, independentemente dos documentos já terem sido encaminhados ao Brasil, para que expliquemos que tomamos todas as medidas para evitar o vazamento do contéudo da papelada", afirmou o senador.

Em depoimento à CPI dos Correios, o publicitário Duda Mendonça revelou que recebeu R$ 10,5 milhões como parte do pagamento pela campanha do PT de 2002 do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Esses recursos, segundo Duda, foram depositados na offshore Dusseldorf, que fica nas Bahamas e que tem conta no Banco de Boston, nos Estados Unidos. A quebra do sigilo da Dusseldorf foi pedida oficialmente pelo DRCI, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público ao governo norte-americano. O compartilhamento das informações com a CPI dos Correios foi, no entanto, negado pelo governo dos Estados Unidos, que temem o vazamento de dados sigilosos.

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