CPI aprovará novamente requerimento que quebra sigilo de Okamotto

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos prepara o contra-ataque a mais uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ficou acertada a aprovação pela CPI de um requerimento quebrando, novamente, o sigilo bancário, fiscal e telefônico do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, ex-caixa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A quebra tinha sido aprovada uma vez pela comissão, mas foi suspensa por decisão do presidente do STF, ministro Nelson Jobim.

O novo requerimento será apresentado pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e conta com o apoio da maioria dos membros da CPI. A perda de sigilo tinha sido determinada com o objetivo de checar a versão de Okamotto para a quitação de uma dívida de R$ 29.400,00 de Lula com o PT. O presidente do Sebrae disse ter usado dinheiro do próprio bolso para saldar o débito contabilizado pelo partido, mas contestado pelo presidente. "Alguém que tem medo de mostrar seu sigilo ou é do crime organizado ou do crime desorganizado; com certeza não faz parte da boa da sociedade", afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

Barros lembra que o presidente do Sebrae foi acusado pelo economista Paulo de Tarso Venceslau de usar métodos irregulares para abastecer o caixa dois do PT, como a captação de doações de empresários de bingo. O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), anunciou que pedirá à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que repreenda o advogado de Okamotto, Marcos Augusto Perez, por ter declarado que "a CPI quer fazer circo". Morais alegou: "Aprendi que, quando falta argumento, muita gente parte para agressão, e foi o que fez este advogado.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) atribuiu a precaução do presidente do Sebrae em manter as contas fechadas ao fato de ele ser "o homem do caixa do presidente Lula". "Se quiserem abrir meu sigilo, pode abrir", provocou ACM. "Eu tenho o direito de dizer que o sr. Okamotto é o suporte financeiro do presidente e, por isso, não pode abrir o seu sigilo bancário." A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) foi a única defensora de Jobim e do presidente do órgão. Ideli avisou que votará, outra vez, contra a quebra do sigilo, por entender que não há fato determinado que justifique a medida. Ela cobrou da CPI a mesma reação diante da decisão do STF de impedir a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico da juíza da 17.ª Vara da Justiça Federal de Brasília, Maísa Giudice, "que deu inúmeras liminares em favor da Gtech para impedir a Caixa de fazer licitação na renovação do contrato". O líder da minoria no Senado, José Jorge (PFL-PE), ironizou a posição da colega, dizendo que ela "é um caso inédito de quem não vi e não gostei", referindo-se ao fato de Ideli anunciar que não aprovará o requerimento do senador do PSDB do Mato Grosso antes mesmo de conhecer os termos em que ele será redigido.

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