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Aliocha Maurício
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O zagueiro Flávio (à direita) comemora o primeiro gol do jogo ao lado de Adriano e Rafinha.

Vivendo situações diferentes no Campeonato Brasileiro, Coritiba e Atlético entraram em campo hoje buscando algo mais além da vitória. Enquanto o Coxa precisava vencer o Vitória para tentar amenizar a crise entre torcida x Antônio Lopes/Giovanni Gionédis, que se instalou no Couto Pereira nesses últimos meses, o rubro-negro buscava derrotar o Grêmio para consolidar ainda mais a liderança da competição e ampliar a vantagem em relação ao Santos e São Paulo, seus adversários diretos pelo título.

Em Curitiba, a torcida Império Alviverde, principal facção do time do Coritiba, protestou e não entrou no estádio para assistir a partida. O protesto surtiu um certo efeito, pois menos de 1000 pagantes, o menor público do time até agora, acompanharam o jogo. Em campo, dispostos a contornar essa briga, os jogadores alviverdes tratavam de fazer uma de suas melhores apresentações no Brasileiro.

É certo que o time do Vitória pouco produziu para incomodar o goleiro Douglas. Não se traça um parâmetro diante de um adversário fraco, que está na zona de rebaixamento. Mas a vitória ? aliada a um bom futebol ? veio e, com ela, espera-se uma certa trégua nessa briga.

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Desde o início do jogo, o time paranaense buscava pressionar o adversário, que, atônito, mal conseguia se defender. O gol alviverde era questão de tempo e ele veio rápido. Aos 15 minutos, o zagueiro Flávio soltou uma bomba para tirar do zero o placar. Na comemoração, os jogadores do Coxa correram para dedicar o gol ao "delegado" Antonio Lopes, o que causou vaias de alguns torcedores do alviverde.

Sem ter poder de reação, e contando com o "ex-jogador" Edílson, que se escondeu durante a maior parte do jogo, o Vitória seguia mal na partida. O goleiro Douglas era um espectador privilegiado e pouco trabalhou nos 90 minutos.

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O atacante Tuta, que vem sendo hostilizado por parte da torcida, voltou a fazer uma boa apresentação e aos 30 minutos ele amplia o placar marcando um belo gol, com direito a drible no goleiro.

O Vitória tentou assustar o Coxa na etapa complementar. Com um minuto de jogo, o árbitro Wílson Luís Seneme marcou penalidade máxima para o rubro-negro baiano. Edílson cobrou bem e diminuiu o marcador.

O gol não assustou o Coxa, que voltou a ter as rédeas da partida. Aos nove minutos, Tuta marca seu segundo gol, escorando de cabeça um cruzamento na medida feito por Capixaba.

Desmotivados, os baianos se entregaram em campo, enquanto o Coxa seguia pressionando. A pressão alviverde funcionou e aos 16 minutos o Coritiba teve um pênalti a seu favor. Alemão bateu com perfeição e amplia a goleada. Logo em seguida, outro penalidade máxima para o time paranaense. Dessa vez, foi Miranda que bateu. Com categoria de atacante, o zagueiro do Coxa bateu com perfeição e encerrou com chave de ouro a goleada alviverde.

A partir daí, o Coritiba tratou de cadenciar o jogo e só não fez mais gols por conta das boas intervenções do goleiro do Vitória Juninho.

Salto alto em Erechim evita vitória do Atlético

Foto: Arquivo Paraná-Online

Washington divide o lance com Cocito.

Tinha tudo para ser uma grande vitória. Apoio da torcida, que se deslocou em massa para Erechim, boa campanha na competição, o empate do Santos diante do Paysandu por 1 a 1 e o fato do adversário ser o lanterna da competição (no embate entre "o joio x o trigo"). Tudo isso servia de motivação para que o Atlético conseguisse uma vitória tranqüila diante de um irreconhecível Grêmio, clubes de muitos títulos e tradições, mas que hoje não vive seus melhores dias.

Entretanto, faltou ao Furacão hoje para derrotar seu adversário e abrir quatro pontos de vantagem em relação ao Santos, vice-líder do Brasileiro, foi tirar o salto alto antes de entrar em campo. O Atlético teve seu jogo mais fácil no campeonato mas, de uma hora para outra, acabou se complicando e permitiu o empate, quando vencia a partida por 3 a 0.

O Grêmio, apoiado por um bom número de torcedores que foram até Erechim, ditava o ritmo do jogo. Todavia, faltava-lhe qualidade no toque de bola e no arremate ao gol. O Atlético jogava de forma simples, bem organizada e explorava sua principal virtude: o contra-ataque. Com menos de 15 minutos de jogo, o Furacão já tinha chegado três vezes com perigo na meta de Márcio. Como era de se esperar, o gol sairia logo e aos 23 minutos, Jadson ganhou uma dividida e tocou para Denis Marques penetrar na área e chutar na saída de Márcio. O gol acendeu os ânimos rubro-negros e cinco minutos depois Fernandinho, aproveitando um vacilo da zaga gremista, ampliou para 2 a 0.

Com uma diferença de dois gols, o Grêmio ficou perdido e assistia o Atlético passear em campo. No final do primeiro tempo, o Furacão quase ampliou o placar com Washington. Primeiro ele acertou uma cabeçada na trave e, no rebote, o Coração Valente chutou forte e Márcio fez uma grande intervenção.

Para o segundo tempo, o técnico do Grêmio, Cláudio Duarte, colocou Roberto Santos e Luciano Santos no time. As mudanças não surgiram o efeito desejado de imediato e o Atlético seguia com sua blitz na área gremista.

Para desespero dos torcedores do Grêmio, Fernandinho, o melhor jogador em campo, escorou de cabeça um cruzamento de Jadson e ampliou o marcador. Era o prenúncio de uma goleada…se não fosse o salto alto de alguns atletas.

Tripudiando da situação do adversário, os jogadores do Atlético, principalmente Denis Marques, Jadson e Rogério Corrêa trataram de agir com desprezo o Grêmio e passaram a querer fazer jogadas de efeito.

Os ânimos dos gaúchos acirraram e aos 25 minutos Roberto Santos aproveitou um rápido contra-ataque e contou ainda com a colaboração de Corrêa para diminuir a diferença.

Além de achar que o jogo estava ganho, outro fator foi fundamental para a queda de rendimento do Atlético. Levir Culpi sacou Denis Marques, que vinha prendendo bem a bola no campo adversário, para entrada do inoperante William

A partir daí o Grêmio foi todo para cima do Atlético, que, inexplicavelmente se apequenou diante do adversário. O castigo veio aos 43 minutos com Baloy, subindo sozinho para fazer de cabeça e aos 46 minutos, já na "bacia das almas", com Cláudio Pitbull que também não teve marcação na hora de cabecear pro gol.

O resultado ainda mantém o Furacão na liderança, apenas dois pontos à frente do Santos. O próximo compromisso do Atlético será o São Caetano, em casa, num jogo considerado de vida ou morte.