Com mais de 1,1 milhão de hectares plantados com diversas variedades de algodão transgênico (55% de um total de 2,3 milhões de ha), a Índia acaba de se posicionar como o grande concorrente brasileiro na produção de algodão, deixando para trás os Estados Unidos, segundo anúncio do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC, na sigla em inglês), que reúne representantes de 55 países até sexta-feira em Goiânia. Na safra atual, 2005/2006, o Brasil deve alcançar uma produção de 1,2 milhões de toneladas, contando com apenas uma variedade de algodão transgênico. Já para a Índia a previsão é de que, na safra 2006/2007, o país atinja uma produção de 4,7 milhões de toneladas e tenha à frente, no ranking mundial, apenas a China, com 6 milhões de t/ano.

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Para o presidente da Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar), Almir Montecelli, está claro que o grande concorrente do Brasil no mercado de algodão é a Índia. ?Uma de nossas maiores preocupações atuais é poder dispor de novas variedades transgênicas, que garantam à nossa produção iguais vantagens competitivas, em produtividade e qualidade da pluma?, manifestou-se. Para ele, a aceleração da liberação comercial de novas variedades de sementes transgênicas de algodão deve ser prioritária se, de fato, o País quiser ser um dos players internacionais do setor.

Declarações da CTNBio

Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, divulgadas na imprensa na semana passada, de que o órgão não pretende alterar procedimentos internos, o que manteria seu ritmo atual de morosidade, segundo o dirigente da entidade paranaense, ?são no mínimo muito estranhas?. De acordo com Montecelli, o próprio ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan, como também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem a aceleração dos procedimentos da CTNBio.

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O presidente da Acopar lembra que o presidente Lula, durante recente encontro com lideranças agrícolas em Foz do Iguaçu-PR, mostrou-se publicamente preocupado com a ?morosidade? da CTNBio e ele próprio disse que existem cerca de 360 processos paralisados e, por isso, pretendia convocar uma reunião com todos os ministros com assento na CTNBio para discutir o problema. Aos produtores, além de manifestar sua preocupação, o presidente Lula teria se comprometido com a procura de uma solução para o problema.

?Não vamos conseguir competir no mercado externo se a burocracia continuar a emperrar o avanço da tecnologia. Está aí a Índia surpreendendo o mercado e à nossa frente em vantagem competitiva no caso do acesso às variedades transgênicas?, observou Montecelli. ?Essa morosidade nas decisões da CTNBio está prejudicando alguns setores, como é o caso do algodão. Precisamos da aprovação de novas variedades de sementes geneticamente modificadas, impedindo o atraso tecnológico perante outros países concorrentes, como a Índia?, finalizou.

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