As cotas impostas pela União Européia (UE) para as importações de carne de aves do Brasil passam a valer a partir de 1º de julho deste ano e não mais em 1º de abril como estava previsto. De acordo com Ricardo Gonçalves, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Frango (Abef), a data foi adiada porque ambas as partes ainda negociam como será a administração dessas cotas. Na próxima segunda-feira UE e Brasil reúnem-se em Bruxelas para continuar as negociações.
Segundo um acordo fechado no ano passado, o Brasil terá cota de 336 mil toneladas para suas exportações de carnes de frango e peru industrializado para o mercado europeu. A negociação veio depois que a UE, obrigada a baixar suas tarifas para o peito de frango salgado após derrota sofrida na Organização Mundial do Comércio (OMC), resolveu restringir a entrada de carne de aves de exportadores como Brasil e Tailândia.
Do total da cota brasileira, 170.807 toneladas são de frango salgado, 73 mil t para frango congelado e 92.300 t para peru industrializado. Dentro das cotas incidem tarifas que variam de 8,5% a 14,5%, dependendo do produto. Fora da cota, a taxa é de 1.024 euros por tonelada.
A imposição das cotas vai limitar o crescimento das exportações brasileiras de frango para a Europa. No primeiro bimestre deste ano os embarques cresceram 48,79% para 73.988 toneladas, segundo dados da Abef, e a receita cambial aumentou 45,72% para US$ 151 994 milhões. Instaladas as cotas esses percentuais não devem se repetir. "Hoje, sem a restrição, existe uma janela de oportunidade para exportar para o mercado europeu que a indústria brasileira está aproveitando", comenta Gonçalves.
