Costa quer tirar Correios do nome da CPI

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, quer tirar o nome dos Correios da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de corrupção na antiga diretoria da Estatal, relacionadas também ao escândalo do mensalão. Costa disse hoje, em entrevista à Rádio CBN, que levará ao presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), um ofício pedindo que seja feita uma exposição de motivos para a retirada da palavra Correios do nome da CPI. "Porque deixou de ser, na realidade , a CPI dos Correios e passou a ser a CPI do Valerioduto, do Valério e de todos os dinheiros usados em campanhas", afirmou. O ministro já pediu uma audiência com Amaral, mas ainda não há data definida para o encontro. Essa é uma grande empresa, de 100 anos, com mais de 100 mil empregados, presente em todo o território nacional, que tem um história, uma tradição", afirmou.

Costa defendeu ainda uma gestão profissionalizada nos Correios. "Tem que ter administradores competentes, não necessariamente indicações políticas", disse, afirmando que já discutiu o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que,segundo ele, está "muito consciente da situação". Atualmente a diretoria dos Correios está composta interinamente por funcionários do quadro de pessoal da empresa, desde que a antiga diretoria foi exonerada pelo presidente, no mês passado. "E nós sabemos que daqui para frente a empresa, que é uma das maiores da América do Sul, terá sempre uma direção profissional."

Costa disse que é "completamente contra" a privatização da estatal. "Tirar esse monopólio dos Correios, é praticamente determinar a falência da empresa", afirmou. Segundo ele, a pressão pela privatização é feita por grandes empresas entregadoras de volum es que querem entrar no mercado de distribuição de cartas, mas estão interessadas somente nos grandes centros urbanos. "Elas não querem entregar cartas no Amazonas, por exemplo, querem entregar em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte".
Ele citou a Argentina, onde "já se tentou a privatização e quase quebraram a empresa". Segundo Costa, a carta é a principal maneira pela qual os brasileiros se comunicam. "Hoje temos um assédio violento de empresas internacionais de entrega de volumes, querendo quebrar o monopólio dos Correios", reforçou. Costa já havia defendido a manutenção do monopólio durante seu discurso ao assumir o cargo de ministro.

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