A Comissão de Segurança e Edificações (Cosedi) está intensificando o trabalho de orientação e divulgação de informações sobre os Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), popularmente conhecidos como pára-raios. Em Curitiba, a Cosedi é o órgão oficial capacitado para orientar, avaliar e aprovar os SPDAs existentes ou em processo de instalação.

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Na noite de quinta-feira (25), a comissão reuniu síndicos e administradores de imóveis no auditório da Rua da Cidadania da Matriz para uma palestra sobre o assunto. Segundo o coordenador da Cosedi, Hermes Peyerl, é preciso divulgar a legislação em vigor, aprovada este ano pela Câmara Municipal, que determina a instalação de SPDAs em todas as novas construções, comerciais ou residenciais, com três pavimentos ou mais. "O síndico e o administrador precisam saber que a não obediência à lei acarreta, além de multas, responsabilidade criminal por danos físicos ou materiais", alertou.

Mesmo as construções anteriores a esta lei devem obedecer ao previsto no Código de Obras do Município, que exige a instalação destes sistemas. Estes, por sua vez, seguem as recomendações da norma n° 5419/93, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Orientação

Para falar sobre pára-raios, a Cosedi convidou o engenheiro eletricista e especialista em descargas atmosféricas, Rui Carlos Braga, que explicou como deve ser feita a instalação de um SPDA.

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Braga lembrou que o Brasil é campeão em descargas atmosféricas, registrando em média 100 mortes anuais causadas por raios. Pelo índice isoceraunico, que calcula o número de tempestades, Curitiba estaria entre as 10 cidades com maior ocorrência. A capital paranaense registra cerca de 70 tempestades por ano. "O número dobrou nos últimos cinco anos, como em todo o país, em função do El Niño, desmatamento, agressão ambiental e alteração climática", contou.

Com essas mudanças e mais o crescimento do uso de eletroeletrônicos em empresas e residências, os sinistros também cresceram. "O Brasil gasta cerca de US$ 4 milhões anuais com prejuízos causados por descargas atmosféricas", disse. O valor engloba perda ou danos de equipamentos industriais, comerciais, domésticos e da rede de transmissão elétrica.

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Para o especialista, os problemas não estão apenas na falta de sistemas, mas no uso de pára-raios inadequados ou incompletos. "Em Curitiba, mais de 90% dos pára-raios estão incompletos ou inoperantes, ou seja, são ineficientes como sistemas de proteção. E cerca de 30% destes são sistemas radioativos, nocivos à saúde."

Um sistema completo, explicou Braga, custa aproximadamente 1% do valor da obra. Caso opte também por instalar supressores de surtos (sistemas que protegem os eletroeletrônicos), cada um custa em torno de 3% do valor do equipamento a ser protegido.

Exigências

Para evitar transtornos, a Cosedi orienta os condomínios e a população em geral para que na hora de contratar um serviço de instalação ou manutenção, procurem empresas idôneas, que tenham responsáveis técnicos habilitados pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná – CREA/PR.

Outra exigência que síndicos ou administradores devem fazer é solicitar uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) assinada pelo engenheiro ou arquiteto responsável pelo serviço. "Esse documento deve ser exigido em qualquer tipo de serviço desde pequenas reformas até a instalação de pára-raios", orientou Peyerl.