Corrupção e atraso

A Folha de S. Paulo publicou na edição de sábado passado os dados revelados por uma pesquisa patrocinada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mostrando que cada brasileiro seria 23% mais rico se o nível interno de corrupção fosse igualado ao do Chile, país menos corrupto da América Latina.

O estudo tomou por base números do Banco Mundial, da Transparência Internacional e da própria instituição, em comparação com outros 12 países, entre os anos de 1975 e 2005.

Segundo a jornalista Janaína Leite, citando os autores da pesquisa, ?o custo médio anual da corrupção para o Brasil, a preços atualizados, bate US$ 10,7 bilhões, ou R$ 26,2 bilhões, valor equivalente a 1,35% do PIB?.

A principal revelação do estudo é que a média do produto per capita brasileiro, observada no período investigado, passaria de US$ 6.753,70 para US$ 8.274,80. A expansão da renda pessoal seria ainda maior quando o índice da corrupção é comparado com os países industrializados. Por exemplo, com os Estados Unidos o ganho seria de 26,7%; com a Alemanha, de 29,2%; com a Austrália, de 36,3%; com o Canadá, de 38,6%, e com a Finlândia, de 45,8%.

Dentre as origens da corrupção brasileira, a pesquisa apontou a burocracia e a qualidade da regulação pública como canais facilmente trafegados por agentes interessados em assegurar vantagens econômicas, políticas e até de poder. Uma afronta que coloca o Brasil entre as nações mais atrasadas do planeta.

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