Corrosão da ética

Não se esperava outra atitude da cúpula diretiva do PT, que se antecipou à decisão ainda desconhecida do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao futuro imediato dos mensaleiros, no julgamento que terá início amanhã.

Independente da decisão sobre a denúncia formulada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, na qual vários petistas de primeira plana foram arrolados como integrantes da ?quadrilha? organizada para desviar recursos públicos para financiar o projeto de poder, o partido não abre mão de tratar a todos como inocentes.

Nenhuma surpresa para um partido que fez da prática do corporativismo mais retrógrado e escorregadio a sua tábua de salvação, desde que a corrosão da ética interna do PT, iniciada pelo publicitário Marcos Valério de Souza, foi apontada pelo ex-deputado Roberto Jefferson.

O PT está hoje dispensado de punir quaisquer dos quadros que se deixaram encandear pela facilidade de obter dinheiro por intermédio do valerioduto, tendo em vista que deixou passar o momento oportuno.

O maior castigo foi dado a esses políticos pela opinião pública, mesmo que alguns tenham sido brindados, nas urnas, com uma espécie de sobrevida. Os que conseguiram voltar ao Congresso são meros decalques do que foram em passado recente, quando tinham espaço cativo no noticiário.

Aliás, a sociedade não se preocupa com o corporativismo petista. Sua atenção está voltada para o STF, e o mínimo que exige é justiça!

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