Correios lança quinta-feira Sedex Hoje e Sedex Mundi

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) lançará quinta-feira ois produtos – o Sedex Hoje e o Sedex Mundi -, com objetivo de abocanhar mais fatias do setor. O primeiro serviço, de entrega de encomendas no mesmo dia, disputará um nicho de mercado ainda pulverizado no País.

O segundo, ampliará de 170 para 215 o número de países para entrega de cargas expressas, o que representa a entrada da estatal num universo dominado por grandes empresas internacionais, como as americanas Fedex e DHL.

“O setor de cargas expressas é muito competitivo e não podemos ficar parados”, afirma o gerente de Programas de Encomendas dos Correios, Marcos César Alves Silva, responsável pelo projeto do Sedex Hoje.

Atualmente, a estatal ainda têm o monopólio dos serviços postais, como entrega de cartas, mas enfrenta concorrência para encomendas expressas.

“Nossa intenção é ser bem agressivo nesse mercado”, avisa o diretor de Operações dos Correios, Maurício Madureira. Em 2003, foram enviadas 113 milhões de encomendas Sedex e a estatal detém 70% das entregas de produtos comercializados pela internet .

O Sedex Hoje promete entregar até as 18 horas do mesmo dia documentos e objetivos postados até as 11 horas, com peso até 10 quilos.

Serão atendidas 124 cidades, que representam 80% do potencial de consumo de serviços expressos do País – 14 capitais e cidades grandes do interior, como Campinas e Ribeirão Preto (SP).

“Vamos usar vôos comerciais, ônibus e motoboys”, afirma Alves Silva, que também adotou um sistema de coleta por telefone para pegar a encomenda na porta do cliente.

Para atingir 215 países com o Sedex Mundi, os Correios associaram-se à multinacional holandesa TNT, que venceu uma licitação realizada em 2001. Essa é a principal diferença, além do preço 30% mais caro, do atual serviço de entrega internacional de encomendas, que usa convênios com serviços postais de 170 países. Por lidar com outras estatais, esse serviço, que permanecerá, não oferece a segurança do novo. “Vamos garantir a entrega no prazo, além de um seguro básico e rastreamento das encomendas”, disse Maurício Madureira. “Se não for entregue no prazo, que vai de um a quatro dias úteis, o cliente recebe o dinheiro de volta.” As empresas privadas admitem que os correios movimentarão o setor.

“Toda concorrência é bem vinda e o setor vai se mexer”, disse o diretor de Relações Governamentais da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas (Abraec), Ricardo Brandi, que reúne as multinacionais Fedex, UPS, DHL e a TNT. Cauteloso, ele não quis dimensionar o impacto da entrada dos Correios no setor. “Vamos acompanhar a movimentação”, disse. A preocupação dos empresários é que o crescimento do setor está ainda aquém do potencial. “Não há demanda reprimida”, avalia Brandi.

A meta dos Correios é ampliar em 20% o volume de 100 mil encomendas mensais enviadas para o exterior. Para outro empresário, a concorrência da estatal com o setor privado, seja no serviço diário seja no mundial, poderá ser pequena, pelo menos, no início. “O foco dos Correios é o varejo, o cliente comum, enquanto as empresas têm grandes clientes, com contratos maiores”, disse esse empresário. Hoje, cerca de 40 empresas atuam na distribuição de encomendas no mercado nacional, espalhadas por todos os Estados.

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