A greve dos funcionários causou prejuízos para os Correios, segundo o porta-voz da estatal, Fausto Weiller. "Os prejuízos para a empresa foram muito altos, em torno de R4 20 milhões por dia, seja pela perda de clientes, seja não postagem propriamente dita. Com isso temos uma perda de R$ 170 milhões", garantiu.
Fausto Weiller disse também que o acordo vai custar à empresa R$ 400 milhões por ano. Ele informou também que todos os dias parados serão repostos. Durante os dias de greve foram feitas contratações temporárias e os mesmos serão dispensados na próxima semana quando todos os serviços estarão funcionando normalmente.
Os trabalhadores dos Correios dos estados de Paraná e Goiás ainda fazem assembléias hoje (23) sobre a greve. Dos 33 sindicatos da categoria apenas esses dois não realizaram as assembléias ontem. Mais de dois terços dos sindicatos já concordaram com o fim da greve e as agências devem funcionar normalmente nesta sexta-feira.
Pelo acordo firmado com a diretoria da estatal, os trabalhadores terão um reajuste salarial de 8,5% nesse ano, 3,61% a partir de fevereiro de 2006 e um abono salarial de R$ 800. Para Celso lima de Paiva, membro da diretoria do sindicato da empresa no Paraná, os ganhos para os funcionários da estatal estão bem aquém do que a categoria esperava. "Entendemos que a empresa teria condições de ampliar esse ganho visto que o lucro da empresa tava sendo o mesmo. Não conseguimos avançar além do acordo feito no ano passado", afirmou.
Sobre a reposição dos dias parados, o presidente do sindicato dos trabalhadores da empresa no Rio de Janeiro, Marcos Santaguida, disse que as negociações serão feitas a partir de hoje. "A proposta do ministro Vantuil Abdala (do Tribunal Superior do Trabalho) é que eles sejam recompensados", explicou. De acordo com Santaguida, o acordo não era o esperado, mas é bom, se comparado a outras categorias que estão em campanha salarial. "Ele não é o acordo dos nossos sonhos, mas é aquilo que conquistamos na luta".
Dos 108 mil funcionários da empresa, 70% participaram do movimento, segundo Santaguida.