O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), proporá uma censura escrita à deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) por ela ter dançado no plenário da Casa em comemoração à absolvição do deputado João Magno (PT-MG). O parecer de Nogueira será entregue na próxima semana à Mesa Diretora, que votará se aprova ou não a indicação de punição.
Para propor a condenação por escrito, ele concluiu que a conduta de Ângela foi inadequada, provocando uma ofensa a todos os deputados e ferindo a imagem da Casa. No caso de repreensão, o processo não segue ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que analisa pedidos de cassação e suspensão de mandato e das prerrogativas regimentais. Assim que receber a medida disciplinar, a deputada do PT de São Paulo poderá reassumir a vaga no órgão.
Foram encaminhados três pedidos de abertura de investigação contra Ângela a Nogueira, depois que ela protagonizou o que ficou conhecido por "dança da pizza": do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e do presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), pré-candidato a presidente. Com a apuração da Corregedoria, Ângela foi afastada do Conselho de Ética e Decoro pelo presidente do colegiado, Ricardo Izar (PTB-SP).
A deputada do PT sempre foi a defensora mais ativa dos deputados acusados de envolvimento no esquema de "mensalão" e que foram processados pelo Conselho de Ética. Ângela sempre votou contra os relatórios que pediam a cassação dos deputados, com exceção dos casos dos ex-deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Corrêa (PP-PE). A deputada passou a ser alvo de protestos no conselho, depois que comemorou dançando a absolvição de Magno, que reconheceu ter usado de caixa dois em duas campanhas eleitorais.
