Correção do IR não está definida; palavra final é de Lula

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou hoje que, apesar das várias reuniões que estão sendo feitas entre o governo e representantes do Congresso responsáveis pela elaboração do Orçamento de 2007, ainda não foi definido se haverá o reajuste da tabela do Imposto de Renda para Pessoas Físicas (IRPF). Durante entrevista a rádios do País hoje de manhã, no programa Bom Dia Ministro, transmitido pela Radiobrás, Bernardo disse que, entre os componentes do governo federal é correto afirmar apenas que a "última palavra" sobre este assunto e também em relação ao reajuste do salário mínimo, será dada somente pelo presidente da República reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem à noite, o relator do projeto de Orçamento para 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), informou que o governo e parlamentares da Comissão Mista de Orçamento fecharam acordo para reajustar a tabela de descontos do IRPF em 3% em 2007 e mais 3% em 2008, o que elevará a faixa de isenção dos atuais R$ 1.257,12 mensais para R$ 1.294,83 no próximo ano e R$ 1.333,68 no ano seguinte.

"Nós não temos ainda fechado todo este conjunto de negociações sobre as medidas de desoneração. Tivemos algumas reuniões de nível técnico amplo, mas eu acho que todas estas questões e, particularmente, a da tabela do Imposto de Renda e também o valor do salário mínimo, certamente, terão de passar pela mesa do presidente da República", destacou Bernardo, ressaltando que há, de fato, esta possibilidade de redução na tabela, como também admitiu ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Bernardo afirmou que não é costume do governo decidir assuntos de tal importância sem a presença do presidente Lula, que está em Abuja, na Nigéria, onde participa da Cúpula África-América do Sul. "É claro que o Congresso tem autonomia e o relator Valdir Raupp também, mas não há nenhuma possibilidade de nós (ministros) fecharmos este acordo antes de termos uma conversa com o próprio presidente Lula", insistiu.

O ministro lembrou também que o tema deverá ser discutido nos próximos dias com as centrais sindicais, em Brasília. Segundo Bernardo, elas serão recebidas pelo governo, que vai dizer quais são as opções de negociação para os trabalhadores, para depois "bater o martelo" sobre o assunto.

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