O presidente do Equador, Rafael Correa, chamou hoje de "cadáveres políticos" os opositores a um plebiscito que deverá decidir sobre uma Assembléia Constituinte, depois que o ex-mandatário Osvaldo Hurtado o acusou de buscar "uma ditadura ficticiamente constitucional". Durante um ato público realizado em Quito, Correa afirmou que "estes senhores, em vez de pedirem desculpas e de se manterem sepultados como cadáveres políticos que são, tentam ressuscitar.
Ao Canal 4 de televisão, o ex-presidente Hurtado (1981-1984) disse que "estes jovens que hoje governam o Equador não respeitam a Constituição". Em alusão a uma consulta popular impulsionada por Correa, o ex-mandatário afirmou que "não é um projeto para se ter uma melhor democracia. Mas por tudo o que (Correa) disse trata-se de um projeto para acumular poder".
No plebiscito, marcado para 15 de abril, o cidadão será consultado se está de acordo ou não com a instalação de uma Assembléia Constituinte com plenos poderes, que redija uma nova Constituição. Para Hurtado, tal situação configuraria "em uma ditadura ficticiamente constitucional". "(Josef) Stalin na União Soviética tinha uma Constituição, mas era um ditador que mandava matar milhões de russos.(Augusto) Pinochet tinha uma Constituição, foi eleito pelo povo, milhares de chilenos morreram, todos os ditadores sempre tiveram uma Constituição, uma Constituição à sua medida", afirmou.
