?Acho muito bonito que não haja um clima de drama. O drama não se comprazia ao Fernando. Ele sempre foi uma pessoa muito para cima, muito alegre e brincalhona. Eu acho bom que os amigos se despeçam dele em um clima que ele sempre favoreceu?, disse Marina.
Bernardo Sabino disse que o pai conseguiu manter uma certa rotina de vida até a última sexta-feira, quando seu quadro de saúde piorou. ?Ele, de uma certa forma inconsciente, já estava manifestando desejo de ir embora. Ele estava sofrendo muito com essa doença?, disse Bernardo, acrescentando que a família tentou de tudo nos dois últimos anos para combater o câncer de fígado que vitimou o escritor.
Segundo ele, seu pai era uma pessoa aberta, que falava com todos: era amigo dos porteiros do prédio em que morava em Ipanema, tentava legalizar as bancas de venda de livros nas esquinas do bairro e ajudava instituições carentes.
?Ele doou tudo o que ganhou com o livro que escreveu sobre a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello para uma instituição carente, mas só depois as pessoas vieram a saber disso. Criticaram esse livro, alegando que ele tinha ganho muito dinheiro, o que o afetou muito?, afirmou Bernardo.
O corpo de Fernando Sabino foi enterrado no dia em que o escritor completaria 81 anos. Em sua lápide consta a frase: “Aqui jaz Fernando Sabino que nasceu velho e morreu menino?, como ele determinou.
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