Corpo de sertanista assassinado é velado no Rio

Rio, 11 (AE) – O corpo do sertanista Apoena Meirelles, que chegou ao Rio no fim da tarde de hoje, foi velado na Capela D do cemitério do Caju, zona portuária do Rio, e deve ser sepultado às 10 horas de amanhã(12). Morto a tiros em Porto Velho, capital de Rondônia, na noite do sábado, o sertanista – um dos mais respeitados defensores da causa indígena, principalmente pelo trabalho feito junto aos índios cintas-largas, durante os anos 60 – foi velado inicialmente em Porto Velho, depois em Brasília – na sede da Funai – e trasladado finalmente para o Rio, onde o esperavam a viúva e dois filhos.

Porte de arma – O plano de Apoena, que tinha 55 anos, durante a semana passada, era ir até Brasília para submeter-se a testes psicotécnicos com o objetivo de obter autorização para porte de arma. sertanista Apoena Meireles deveria ter desembarcado em Brasília no domingo para se submeter hoje na Polícia Federal a testes psicotécnicos com o objetivo de obter porte de arma.

O vice-presidente da Funai, Roberto Lustosa, confirmou que Apoena estava tirando porte de arma. Segundo Lustosa, todas as hipóteses para o crime estão sendo investigadas. Representante do Ministério da Justiça no velório em Brasília, o secretário-executivo, Luiz Paulo Barreto, disse que por determinação do ministro Márcio Thomaz Bastos a Polícia Federal acompanha as apurações.

“Em princípio, os indícios apontam para latrocínio, mas nada está sendo descartado”, afirmou Barreto. O secretário observou que Apoena estava fazendo um trabalho muito importante com os índios cintas-largas, em Rondônia, e reconheceu que o fechamento de uma área de garimpo no Estado contrariou interesses. “Mas, em princípio, não parece que teve ligação entre o trabalho dele e o assassinato”, disse, Barreto. Ele acha difícil achar um substituto para ele.

No velório, em Brasília, amigos do sertanista disseram que ele estava sendo perseguido. Mas um dos filhos do sertanista o estudante de direito Francisco Meireles, disse que o pai não fez nenhuma menção a ameaças que pudesse estar sofrendo. “Ele era reservado”, afirmou.

Irmã de Francisco, Tainá Meireles mora na Suíça e veio para o Brasil assim que soube da morte do pai. “Estou revoltada com a forma pela qual meu pai morreu”, disse.

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