Brasília – O general brasileiro que comandava a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, Urano Teixeira da Matta Bacellar, foi encontrado morto com um tiro, no apartamento do hotel Montana, onde morava, na manhã deste sábado. O Exército não informa as circunstâncias da morte, limitando-se a dizer que ela foi causada por um "acidente com arma de fogo", mas uma das hipóteses sob investigação da ONU é a de suicídio. O general Bacellar assumiu o comando da força de paz em Porto Príncipe, em 31 de agosto, em substituição ao general Augusto Heleno Pereira. Natural de Bagé, Rio Grande do Sul, o general de brigada Bacelar tinha 57 anos e era casado com Maria Ignez e tem dois filhos que moram no Estados Unidos.

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O corpo do general Bacellar teria sido descoberto depois do alerta dado por uma pessoa que, da varanda de seu apartamento, avistou um homem caído no chão da varanda do apartamento do hotel onde o comandante da força de paz morava. As informações são desencontradas sobre a hora exata em que o corpo foi achado, embora justifiquem que uma pessoa o avistou depois do café da manhã. O corpo foi levado para o hospital da missão da ONU que é atendido pela Argentina.

A investigação sobre a morte do general será conduzida pela ONU e acompanhada pelo Exército. A previsão inicial é que as investigações sejam concluídas em 30 dias. Ontem, o general Bacellar esteve reunido com outros integrantes da missão de paz e conforme relatos de quem esteve com ele no jantar, ele não demonstrava alteração de comportamento que pudesse levar a tomar atitudes mais drásticas, embora todos os indícios, até o momento sejam de suicídio. O general era uma pessoa muito reservada. Como o corpo foi encontrado na varanda do apartamento, todas as hipóteses estão sendo avaliadas. Após a liberação do corpo, um avião da Força Aérea Brasileira deverá seguir para Porto Príncipe para trazê-lo para o Brasil. A mulher do general, que está no Rio de Janeiro, foi comunicada da morte do marido pelo comando da Força.

Em nota oficial, o Exército Brasileiro disse que "lamenta profundamente" o falecimento do general Bacellar ocorrido, e informando que a ONU, "por intermédio do seu componente policial está apurando as circunstâncias que envolveram o fato" e que " o Exército Brasileiro está acompanhando o trabalho de investigação policial". O Ministério das Relações Exteriores estava esperando mais detalhes sobre o caso para também divulgar uma nota.

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O Brasil chefia a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) desde maio de 2004. O general Bacellar assumiu o posto em 31 de agosto. O Brasil tem sob seu comando 7.500 militares de 15 países e 1.900 policiais. Do total de militares, 1.200 são brasileiros que integram o Batalhão Haiti. Recentemente a operação da ONU foi criticada por causa da insegurança existente no país, principalmente na capital, Porto Príncipe. Além do Brasil, maior contingente no Haiti, integram a força de paz países como Nepal, Jordânia, Sri Lanka, Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Espanha e Marrocos.