O coronel reformado da Polícia Militar Brandino José Mello Ribeiro, de 61 anos, é acusado de ter assassinado ontem sua mulher, Delma Nuna Sodré Ribeiro, de 50, em Copacabana, zona sul do Rio. Brandino, que já foi relações públicas da corporação e também assessor do governador eleito do Rio, Sérgio Cabral, na Assembléia Legislativa do Estado, fugiu logo após o crime. Ele já tinha agredido e ameaçado a mulher, que registrara queixa na polícia. A Polícia Civil já pediu sua prisão temporária.

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Delma foi assassinada por volta de meia-noite no apartamento da família. Uma das filhas do casal, de 20 anos, cujo nome não foi divulgado, chegou ao apartamento pouco depois. Ela contou aos policiais que Brandino lhe disse apenas que "aconteceu o que estava para acontecer". Em seguida, o policial fugiu de carro. Um vizinho médico ainda tentou socorrer Delma, mas ela já estava morta.

O casal tem duas filhas – a caçula, de 20, e outra de 26. As duas serão ouvidas quando se recuperarem emocionalmente. "É uma tragédia familiar. Não vou obrigá-las a prestar depoimento hoje. Vamos esperar que fiquem mais tranqüilas", explicou a delegada da 12ª Delegacia Policial, Monique Vidal, que investiga o caso.

No apartamento, foram encontradas duas facas sujas de sangue, uma chave de fenda, que teria sido usada por Delma para tentar se defender, e um bilhete supostamente escrito pela vítima e colado à porta de seu quarto. O texto fazia menção à Lei Maria da Penha (que dispõe sobre agressões contra mulheres). O bilhete dizia: "Cara Roxa – artigo 121; Intenção de matar é a lei Maria da Penha; Não tem coronel nem cesta básica". As provas serão encaminhadas para perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).

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Para a delegada, o crime já está esclarecido. "Já pedimos a prisão temporária do autor. Até o final desta semana o inquérito estará concluído", disse. Ela informou ainda que há vários registros policiais de desentendimento entre o casal, entre os quais queixas de ameaças e agressões.