Não vale muito, quem disse? Se de um lado tem Corinthians e do outro Palmeiras,
até jogo de dama passa a ter emoção. Neste domingo, no Morumbi, pela 13ª rodada
do Campeonato Paulista, apesar da chuva e do baixo nível técnico da partida,
vencida pelos corintianos por 2 a 0, a tensão foi digna de um grande clássico. O
resultado levou o Corinthians a 25 pontos – quarta-feira enfrenta o São Caetano.
É o terceiro colocado no torneio estadual, mas segue 10 atrás do líder São Paulo
– restam 6 rodadas. O Palmeiras se mantém com 17 e joga contra o América no meio
de semana.
O argentino Carlos Tevez sofreu com a marcação nem sempre leal
do trio de defesa armado pelo técnico Candinho, sobraram divididas duras nos 90
minutos e, no fim, uma briga que acabou com as expulsões de Gustavo Nery e do
palmeirense Gláuber.
Se Roger conseguiu se destacar no primeiro tempo,
sendo o mais lúcido em campo e marcando gol de falta logo no início – comemorou
dedicando-o à namorada e palmeirense Adriane Galisteu -, Carlos Alberto, seu
companheiro no meio, decepcionou. Continua mal, participa pouco. Toca quando
deveria arriscar, arrisca quando o melhor seria passar a bola. Se redimiu em
parte no final, fazendo o primeiro gol com a camisa do Corinthians, de pênalti
sofrido por Gil, que entrou no segundo tempo no lugar de Roger.
Faltam
bons jogadores ao Palmeiras ou a culpa é de Candinho pela ausência de
criatividade da equipe? Eis a questão. O certo é que o time depende demais do
meia Pedrinho. Bem marcado, no entanto, o jogador não fez milagre. Nem o
nervosismo dos defensores corintianos ajudou. Neste domingo, aliás, o zagueiro
Sebastian Dominguez (Sebá) mais falhou do que acertou e fez a pior apresentação
desde sua chegada.
Os primeiros 45 minutos se mostraram melhores que os
últimos. O segundo tempo, excluindo raros instantes de lucidez, foi bem ruim. O
Palmeiras trombava mais do que armava jogadas de ataque. Errava passes mais do
que trombava. O Corinthians não ficava atrás. Roger parecia cansado, Carlos
Alberto improdutivo e Tevez duramente marcado. Ponto positivo: a boa atuação do
goleiro Fábio Costa, com pelo menos duas defesas excepcionais.
Clássico é
sempre tenso. E o ponto nervoso da partida deste domingo foi Tevez.
Inicialmente, Nen tinha a função de acompanhar o atacante, entrou forte duas
vezes, discutiram. No segundo tempo, Daniel não deixou por menos. Mesmo assim o
argentino converteu um gol, mas tocou com o braço antes de a bola entrar. O
árbitro Luiz Flávio de Oliveira anulou corretamente.
Não bastou apanhar
com a bola correndo, o astro argentino ganhou alguns hematomas em um momento no
qual o jogo estava parado. Nos últimos minutos, Gustavo Nery dividiu com Gláuber
e os dois foram expulsos. No empurra-empurra, a maior parte das agressões dos
palmeirenses tinha como destino Tevez, que nem havia participado do lance.
