Campina Grande vive clima de muita expectativa para o jogo entre Treze e Corinthians, hoje, pela Copa do Brasil. O Estádio Amigão deve receber cerca de 33 mil espectadores, seu maior público do ano, e o time da casa espera espantar a má fase diante do famoso rival paulista.
E no que depender do Corinthians, todos sairão muito frustrados de lá. A equipe retomou a confiança após um início instável no Campeonato Paulista e adotou postura de time grande. Quer apagar a má impressão das rodadas iniciais e, se possível, chegar longe nas duas competições
Por isso mesmo, o técnico Emerson Leão não admite surpresas diante do Treze. A ordem é eliminar os paraibanos já no primeiro jogo, vencendo por dois ou mais gols de diferença, evitando a partida de volta – marcada para a próxima semana, em São Paulo – para se concentrar exclusivamente nos duelos importantes contra Noroeste (domingo), Barueri (dia 25) e Santos (28), todos pelo Paulistão.
Apesar de Leão ter evitado a imprensa nos últimos dias – no embarque em Cumbica, na segunda-feira, ele pediu para não falar -, o zagueiro Betão, como capitão da equipe, já havia antecipado o pensamento dos companheiros para o jogo de hoje.
"Não menosprezamos nenhum adversário, respeitamos o Treze, mas temos a obrigação de eliminar o jogo de volta. Isso nos daria tranqüilidade para a seqüência do Paulista", disse Betão.
O discurso é bonito e próprio para quem joga em time grande. Mas os confrontos com o rival mostram que a missão corintiana não será tão fácil. Ao contrário, o Treze costuma dar trabalho contra o Corinthians. Ao longo da história, foram quatro jogos entre os dois times, todos terminados com empates, sendo dois deles numa edição da Copa do Brasil.
Em 1999, também pela segunda fase da Copa do Brasil, o badalado Corinthians, campeão nacional e com as estrelas Vampeta, Rincón, Marcelinho, Luizão, Edílson e Ricardinho, visitou o Treze e ficou no 2 a 2. Na época, o técnico Evaristo de Macedo resolveu poupar cinco titulares. Na volta, elenco completo e surpresa. O rival paraibano abriu 2 a 0 de vantagem no primeiro tempo. Foi um sufoco para empatar, com Vampeta e Marcelinho. E a classificação corintiano veio apenas nos pênaltis: 4 a 2.
Desta vez, porém, os corintianos garantem estar mais concentrados e preparados. O empate no jogo de ida com o Pirambu por 1 a 1, serviu de alerta: não adianta entrar pensando que vai ganhar com facilidade. "A Copa do Brasil abre espaço para os times aparecerem no cenário nacional. Temos de tomar cuidado, vencer e impor o que é o Corinthians", disse o volante Magrão. "Todos os anos surgem surpresas. Temos de entrar ligados", disse o meia Roger, enumerando Ipatinga, Paulista e Santo André como as surpresas da história da Copa do Brasil.
Roger, contudo, pode estar com os dias contados entre os titulares. Leão vem preparando Willian para assumir a posição. Só não o fez ainda para não queimar o jovem de 18 anos. O processo será lento. Diante do Bragantino, ele já atuou 45 minutos.
Hoje, Roger deverá ser titular, mas Willian certamente entrará durante o jogo. No mais, o time do Corinthians deve ser o mesmo que derrotou o Bragantino no domingo, pelo Paulistão. O desfalque é o lateral-esquerdo Wellington, suspenso, dando lugar ao volante Carlão, que será improvisado na posição.
