Acabou o ciclo de Marcelinho Carioca no Corinthians. E da pior forma possível para quem ainda se considerava ídolo do clube. O presidente Alberto Dualib nem quis se despedir dele. Ficou no quinto andar e deixou o jogador no quarto andar no prédio social do Parque São Jorge. Mas o jogador saiu no lucro.

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Marcelinho assinou a rescisão. Recebeu R$ 1 milhão. Seu contrato terminaria apenas em dezembro de 2008. O jogador de 35 anos, saiu às 21h35 de ontem com a certeza de quem estava indo embora pela porta dos fundos e sem torcedores para a despedida.

"Podem falar o que quiser de mim. O torcedor sabe o que eu represento para a história do Corinthians. Estou indo embora porque não me deixaram jogar", dizia, cabisbaixo. Marcelinho estava envergonhado com a dispensa. Mas de bolso cheio.

"Humilharam o Marcelinho. O desrespeitaram. O presidente Alberto Dualib o usou. Só o trouxe de volta para acertar a dívida que o clube tinha com Luizão. Foi um desrespeito absurdo. Foi triste o que quiseram fazer com ele", dizia, irritada a advogada Gislaine Nunes.

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A negociação a que a advogada se referia era simples. O Corinthians tinha uma dívida de R$ 8 milhões com Luizão e Marcelinho Carioca devia R$ 6 milhões ao clube. Gislaine era advogada dos dois. E foi proposto o acordo pelo Corinthians. Marcelinho voltaria a jogar pelo clube por dois anos e a maior parte dos seus salários seria repassada a Luizão. E o apartamento de Marcelinho, que entraria como pagamento ao Corinthians, seria avaliado em R$ 1,2 milhão. Tudo foi acertado entre os jogadores, o clube e a advogada.

"O presidente Alberto Dualib me encheu o saco pedindo para eu convencer o Marcelinho Carioca a jogar no Corinthians. E depois saiu por aí mentindo, dizendo que ele não teve nada a ver com a contratação. Mentira dele. Me implorou pelo Marcelinho. Tudo para fazer um papel desses.

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Ela tinha ainda outra acusação grave a fazer contra a parceria MSI-Corinthians. "Só ofereceram a rescisão ao Marcelinho porque eu iria entrar na Justiça. Eles queriam que ele assinasse um documento se comprometendo a treinar sozinho e, além disso, estava proibido de dar entrevistas. Não tem cabimento o que fizeram com o Marcelinho", dizia a advogada.

Marcelinho acompanhava cada vez mais envergonhado as declarações de Gislaine. "Eu tinha proposta dos Estados Unidos, da Europa e do Oriente. Vim atuar no Corinthians por amor. Perdi dinheiro e agora sou afastado. Estou muito triste com o que fizeram comigo.

A advogada tinha uma explicação simples para a saída. "Ele deu uma entrevista querendo mostrar a sua revolta com o time que só estava perdendo. Foi mandado embora pela MSI. Eu liguei para o Leão e ele me jurou que não teve nada a ver com a saída do Marcelinho".

Nessa sua passagem pelo Corinthians Marcelinho ficou sete meses. Jogou cinco partidas e não fez sequer um gol.