A torcida que lotou o Pacaembu, se mostrava conformada com a perda da liderança e curtia sossegada o solzinho de fim de tarde até ser sacudida pelo gol de Marcelo Mattos, aos 40 minutos do 2º tempo.
Ao desviar de cabeça cruzamento de Fabrício, o volante garantiu o empate de 1 a 1 no duelo com o Goiás e deu a seu time o título simbólico de campeão do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. A equipe terminou a fase com 39 pontos ganhos, dois a mais do que o rival goiano, seu mais direto concorrente.
O Goiás pôs as garras de fora, no começo do jogo que definia o primeiro turno. Para não amargar derrota como no meio de semana ? 2 a 0 para o Corinthians na Copa Sul-Americana ?, o técnico Geninho mandou o time para o ataque. A opção deu certo, porque aos 10 minutos saiu o gol: na cobrança de escanteio, André Leone e Rogério Correa desviaram de cabeça, para que Souza tivesse o trabalho apenas de tocar para o gol.
O Corinthians sentiu o golpe, baqueou e deu mais espaço ao Goiás. Além disso, ficou mais abalado ao perder o meia Roger, obrigado a deixar o campo aos 20 minutos, por contusão. Àquela altura, era a sexta baixa entre os titulares, já que estavam fora também Fábio Costa, Coelho, Gustavo Nery, Mascherano e principalmente Tevez.
O Goiás percebeu a fragilidade do Corinthians ? e, em vez de manter o ritmo forte, passou a tocar a bola e a procurar os contra-ataques. Ou seja: desde a metade da etapa inicial tratou de segurar a vantagem, estratégia que tornou o jogo monótono e afinal se mostrou inútil.
Apesar da falta de criatividade e da queda do nível de talento, o líder criou coragem e foi para cima. Mais no tranco do que em jogadas elaboradas, encurralou o adversário e criou algumas oportunidades para empatar. Na melhor delas, aos 41 minutos, Bobô cruzou rasteiro, a zaga do Goiás não cortou e Jô, na corrida, mandou na trave. No rebote, o lateral Ronny, com espaço, chutou para fora.
"Precisamos de mais atenção na marcação", observou Rodrigo Tabata, no intervalo, a caminho do vestiário. "E precisamos de mais tranqüilidade, se aparecer alguma chance para aumentarmos a diferença." A receita do meia quase foi seguida à risca no segundo tempo.
O Goiás voltou mais fechadinho e descaradamente satisfeito com a vantagem, que o colocava pela primeira vez na ponta isolada. Por isso, a iniciativa de pressionar continuou limitada ao Corinthians. Nem foram tantas as chances, mas suficientes para dar esperança de chegar ao empate. O primeiro chute dos goianos surgiu apenas aos 36 minutos, numa jogada do lateral Jadilson que obrigou o goleiro Marcelo a defesa difícil.
O jogo, então, se arrastava ? e era tudo o que o Goiás queria. O ritmo era tão modorrento que contagiou as arquibancadas. O público não cobrava o Corinthians, mas também não havia o entusiasmo habitual. Até que veio a chacoalhada: aos 41 minutos, Fabrício, que havia entrado no lugar de Wendel, desceu pela direita e fez o cruzamento, um tanto despretensioso.
A defesa goiana subiu mal, Marcelo Mattos usou a cabeça e tirou do alcance de Harlei. A alegria tomou conta do Pacaembu. No minuto seguinte quase saiu a virada, em cobrança de falta de Ronny que Harlei defendeu.
Nos minutos finais,o Corinthians, satisfeito com o empate, esperou o jogo terminar e comemorar o título do 1º turno.