Stephane de Sakutin/AFP
“A mentalidade para ganhar, a força organizacional e a unidade na luta, essas condições acredito que são mais fortes em nós do que na equipe brasileira”, declarou à imprensa sul-africana o volante An Yong-Hak, sem abandonar a retórica “oficial” do pequeno país asiático.
“Temos que jogar contra Brasil, Portugal e Costa do Marfim, mas nos entregaremos ao máximo, com força mental e ordem para levar boas notícias ao nosso povo”, insistiu.
An Yong-Hak é um dos líderes dos “Chollima”, uma seleção desconhecida para o grande público, que treina sob forte segredo e sem contato com a imprensa.
Sua presença na Copa do Mundo 44 anos depois de sua participação anterior na Inglaterra-1966 é um dos elementos mais exóticos do torneio e, para quase todo mundo, é a vítima perfeita no “grupo da morte”, ficando fora de quase todos os prognósticos para passar às oitavas.
Mas os “guerreiros” do país do extremo Oriente não se dão por vencidos e, mais que sonhar com a surpresa, parecem enxergá-la como muito possível.
“Somos orgulhosos, podemos vencer o Brasil. Todo o mundo pensa que não podemos ganhar essa partida, mas temos um grande coração e um grande espírito”, disse o norte coreano Jong Tae-Se, o “Rooney da Ásia”, no início desta semana, antes de seu primeiro treino na África do Sul.
O jogador, atacante do Kawasaki Frontale japonês e o único junto a An Yong-Hak a jogar no exterior, garantiu que sua equipe tem “a mentalidade da Alemanha” e que fora da Coreia do Norte há um grande desconhecimento sobre o país.
“Não há dúvidas de que será difícil, mas acreditamos que se pudermos jogar nosso futebol, podemos ganhar qualquer um. Em nossas próximas partidas contra Brasil, Portugal e Costa do Marfim somaremos nossas forças e ganharemos”, disse.
Mas, se há uma data importante na história do futebol norte-coreano, essa é 1966, quando o time chegou às quartas de final da Copa da Inglaterra em 1966, onde foi superada por 5-3 pela seleção portuguesa do mítico Eusébio.
Antes, o time havia conseguido classificar-se em um complicado grupo D, vencendo na última partida da primeira fase a Itália (1-0), que foi surpreendentemente eliminada.
“Cresci com as imagens de 1966”, lembrou Jong Tae-Se, sem ocultar que quer repetir a façanha e deseja que 2010 seja um referencial para as novas gerações.
O caminho não é fácil, já que após o duelo com Brasil na terça-feira terá como adversários os portugueses, no dia 21, e os “Elefantes” marfineses, no dia 25.