As medidas de combate à sonegação de impostos no setor de combustíveis são responsáveis pela alta nos preços do álcool aos consumidores finais, na avaliação do diretor do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, Dietmar Schupp. Para o executivo, a exigência da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de adição de um corante ao álcool anidro, para diferenciá-lo do tipo hidratado, e o novo modelo de recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelo Estado de São Paulo reduziram as fraudes e isso levou "as distribuidoras que não pagavam impostos" a elevar seus preços, o que puxou a média do mercado

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"Medidas saneadoras de tributação são muito positivas, mas também significam mais impostos que se refletem em aumento de preços", afirmou, após participar de reunião da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool no Ministério da Agricultura. Somente com o fim dos estoques de álcool comprados antes do acordo, no final do mês, é que haverá uma redução mais significativa para os consumidores finais, na avaliação de Schupp

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, reconheceu que está sendo demorado o processo de redução dos preços do álcool vendido nos postos de combustíveis após acordo fechado na semana passada entre usineiros e governo para que os preços no atacado ficassem estáveis. O acordo previa a venda do litro do álcool hidratado pela indústria por no máximo R$ 1,05. Rodrigues procurou isentar as usinas de culpa. "O acordo está sendo rigorosamente cumprido pelos usineiros, que era o papel que nós tínhamos", afirmou Rodrigues, afirmando que os dados de que dispõe é que o litro do produto estava sendo comercializado na semana passada pelas usinas a R$ 1,01 e R$ 1,02

Na avaliação do Sindicom, no entanto, entre o preço cobrado pelas usinas e o valor fixado nas bombas dos postos existem as distribuidoras e as revendedoras que, além dos custos de tributação, também têm estoques do produto adquirido a preços anteriores ao acordo. Segundo ele, cerca de 80 milhões de litros de álcool foram comprados antecipadamente à mudança de regras de cobrança do ICMS em São Paulo para serem vendidos em janeiro pelas distribuidoras

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Por isso, o representante das distribuidoras sustenta que o combate à sonegação de impostos acabou elevando a média dos preços no mercado. "Quem já pagava os impostos, manteve os seus preços, quem não pagava os tributos, repassou isso para o valor final, o que na média significou alta", resumiu. Ele, no entanto, pouco soube explicar porque aquelas empresas que já pagavam os tributos não repassaram aos consumidores a redução que obtiveram das usinas. "A margem de lucro não é tão alta assim", disse

Outro assunto discutido pela Câmara foi o potencial de crescimento do setor nos próximos anos. Segundo estudo encomendado pela empresa Dedini S.A. Indústria de Base, serão necessárias 73 novas usinas de álcool e açúcar nos próximos seis anos para atender à demanda, que dobrará até 2010. O ministério pediu estudos mais detalhados sobre a capacidade da indústria em atender esse crescimento e quais as alternativas de medidas que deverão ser adotadas.

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