Coração: Metade dos hipertensos abandona o tratamento

A metade dos indivíduos hipertensos desiste do tratamento ao fim do primeiro ano de medicação, reduzindo a eficácia da terapêutica. É o que revelam os médicos especialistas. A hipertensão arterial é assintomática, ou seja, os seus sintomas são imperceptíveis e, por isso, raramente o doente aceita e cumpre à risca os tratamentos recomendados pelos médicos. “Uma das causas do abandono do tratamento é a necessidade de cumprir uma rotina rígida que inclui a ingestão de diversos comprimidos por dia”, observa o cardiologista Darley Rugeri Wollmann Jr.

Conforme o especialista, a maioria dos hipertensos desiste do tratamento ao fim do primeiro ano de medicação, e se torna difícil controlar os pacientes, que não retornam assiduamente ao consultório. “Manter os indivíduos numa terapêutica em longo prazo é a grande dificuldade do tratamento da hipertensão arterial”, garante. Estima-se que mais da metade dos doentes, ao fim de um ano de tratamento, já não está tomando remédio nenhum.

Doses maximizadas

No Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), uma grande parte da população não considera fundamental medir a pressão arterial. Dados não oficiais estimam que o país tenha cerca de 13 milhões de hipertensos. A doença cardíaca é a principal causa de morte no país, com índices superiores à soma das vítimas de cânceres ou de acidentes automobilísticos, segundos e terceiros nessa estatística sombria. “Tratar a hipertensão como o maior problema de saúde pública é, portanto, o mínimo que se pode esperar dos governantes”, frisa Wollmann.

Para diminuir a resistência ao tratamento, alguns especialistas defendem o uso de terapêuticas combinadas, ou seja, a indicação de medicamentos com doses maximizadas. Além de oferecer maior eficácia e comodidade, já que, em muitos casos, é necessária apenas uma dose diária do remédio, a terapia permite um maior comodismo e adesão do doente ao tratamento.

“Hoje em dia, com a possibilidade da introdução de novos fármacos, espera-se que os indivíduos se mantenham em tratamento, durante mais tempo”, salienta o cardiologista, sem esquecer de indicar uma mudança nos hábitos alimentares dos pacientes e a prática de exercícios físicos regulares.

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