Especialistas do Comitê de Política Monetária (Copom) do governo avaliam que existe espaço para juros reais menores no futuro, uma vez que as metas da inflanção estão se consolidando e há redução progressiva da percepção de risco. Essa é a avaliação exposta na ata da reunião que o comitê realizou na semana passada, quando reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 19% para 18% ao ano.

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A ata diz também que os resultados recentes da inflação – a meta do governo é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 5,1% no ano – e as projeções de preços realizadas pelo Banco Central e analistas do mercado sugerem que a política monetária "vem contribuindo de maneira importante para conter as pressões inflacionárias, desde setembro de 2004, e para consolidar um ambiente macroeconômico cada vez mais favorável em horizontes mais longos".

As afirmações são anteriores à divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que a economia brasileira teve retração de 1,2% no terceiro trimestre do ano. Fato que os economistas atribuem à "excessiva alta dos juros", como afirmou ontem (29) o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.

Divulgada hoje (1) pelo Banco Central, a ata do Copom diz que a atividade econômica deverá se recuperar nos próximos meses e continuar a expansão, em "ritmo condizente com as condições de oferta", de modo a não pressionar a inflação. Em outras palavras: a autoridade monetária receia que o crescimento gere aumento de consumo, e este impulsione correções de preços para cima.

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O documento do Copom destaca, porém, que a despeito da instabilidade dos preços do petróleo, que continuam em níveis elevados no mercado internacional, "o cenário externo permanece favorável"; particularmente quanto às perspectivas de financiamento para a economia brasileira. Portanto, se configura um "cenário benigno" para a evolução da inflação, de acordo com o colegiado de diretores do BC.