A ata da última reunião do Copom, que elevou a taxa básica para 19,25%,
divulgada hoje afirma que as condições dos mercados internacionais de capitais
sofreram uma deterioração desde a última reunião. A ata cita que nos EUA a
preocupação do Fed com a adequação dos preços dos títulos norte-americanos de
longo prazo provocou a elevação da curva futura de juros desses papéis, com
repercussões sobre as economias emergentes. O risco Brasil aumentou, segundo a
ata, e acompanhando o movimento observado em várias outras moedas de economias
emergentes a taxa de câmbio no Brasil depreciou-se.

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O Copom afirma, no
entanto, em sua ata que, apesar da volatilidade verificada nas últimas semanas,
"continua atribuindo baixa probabilidade ao cenário de deterioração
significativa dos mercados financeiros internacionais em função de mudanças
abruptas na condução da política monetária norte-americana". Segundo o documento
do BC, a farta disponibilidade de liquidez internacional e a estabilidade dos
mercados continuam condicionados ao quadro macroeconômico nos países
industrializados, especialmente nos EUA, e a possível resposta da política
monetária do Fed. A ata do Copom afirma ainda que as expectativas para a
inflação deste ano " foram pouco sensibilizadas" por fatores que poderiam
reduzir as pressões inflacionárias, como a desacerelação do ritmo da economia, a
queda nos preços industriais no atacado, a reavaliação das expectativas para a
trajetória da taxa de câmbio e a própria "postura mais restritiva de política
monetária". O documento cita que a mediana das expectativas coletadas pela Gerin
para o IPCA em 2005 subiram de 5,72% para 5,77% desde a última reunião do Copom.

A Ata do Copom atribui a persistência das expectativas inflacionárias ao
comportamento de alguns preços administrados que subiram acima do previsto, como
as tarifas de ônibus urbanos. Outro fator seria a "evolução menos favorável do
cenário internacional". Mas o documento observa que a expectativa para os doze
meses futuros, e para 2006, permanecem estáveis, " sugerindo que a postura
monetária mais restritiva tem evitado que as pressões inflacionárias de curto
prazo se propaguem para horizontes mais longos".

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