O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central retoma hoje (20), por volta das 16 horas, a reunião iniciada ontem para avaliar a condução das diretrizes de política monetária. Com base nas análises da conjuntura econômica interna e externa, o colegiado de diretores do BC definirá, no início da noite, possível alteração na taxa básica de juros, que serve de parâmetro para os financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
A expectativa dos analistas do mercado financeiro é que o Copom mantenha a taxa atual, de 19,25% ao ano, apesar da resistência inflacionária em alguns segmentos do mercado, principalmente por considerarem que o crescimento da produção industrial entrou em ritmo de desaceleração, provocada pelas altas taxas de juros, e pela redução, também, da demanda interna por consumo.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo BC na última segunda-feira, a tendência dos indicadores econômicos é favorável, exceto quanto ao avanço da inflação. No mercado financeiro, porém, acredita-se que os preços perderão resistência ao longo do ano, de modo a possibilitar redução gradativa da taxa Selic até o nível de 17,50% em dezembro.
A taxa básica de juros manteve-se no nível de 16% ao ano, entre abril e setembro do ano passado, quando a inflação parecia controlada. Nesse período, o dinheiro esteve menos caro e a indústria pôde investir no setor produtivo, com a conseqüente geração de emprego. Mas bastou que alguns segmentos do comércio aumentassem seus preços além da trajetória oficial de metas para a autoridade monetária elevar a taxa de juros.
Como resultado, em setembro do ano passado, o Copom elevou a taxa básica para 16,25% como simples aviso ao mercado de que estava atento aos preços, mas a sinalização não surtiu o esperado efeito, a inflação continuou em alta e o BC manteve a determinação de aumentar os juros em meio ponto percentual, mês a mês, até a última reunião, em março, num aperto total de 3,5 pontos percentuais.