Copom aumenta projeção de inflação nas tarifas de serviços públicos

O conjunto dos preços administrados por contrato e monitorados (combustíveis, energia, telefonia e outros) que compõem o item tarifas públicas é o principal indutor da inflação, conforme a ata da reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros (Selic) foi aumentada para 17,25% ao ano.

O documento, distribuído hoje pelo Banco Central, menciona que a projeção anterior, de 8,5%, para o reajuste acumulado de tarifas dos preços administrados, foi elevada para 9% neste ano; e a estimativa para 2005 também foi aumentada de 6,9% para 7,2%. Vale lembrar que essas tarifas têm peso médio de 29% na composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as metas oficiais.

O Copom manteve a projeção de reajuste acumulado de 9,5% para os preços da gasolina em 2004, elevando-a levemente, de 4,9% para 5%, para o gás de cozinha, na comparação com o mês anterior. A estimativa para a energia elétrica residencial recuou de 11,5% para 10,2%, mas no caso de telefonia fixa houve revisão para cima, passando de 14% para 14,8%.

A ata do Copom mostra que a inflação medida pelo IPCA acelerou em outubro, quando registrou 0,44% – acima do IPCA de 0,33% em setembro -, a despeito da queda registrada nos preços de alimentação pelo segundo mês seguido. Em compensação, os preços monitorados foram pressionados pela alta nos combustíveis – especialmente no álcool – e os demais preços livres, industrializados, neutralizaram a queda de preços dos produtos agrícolas.

De acordo com o colegiado de diretores do Banco Central, o monitoramento continuará, nos próximos meses, sobre o potencial impacto das pressões inflacionárias do mercado atacadista sobre os preços no varejo. Segundo a ata, a expectativa dos formadores de preços em relação à trajetória futura da inflação depende, em parte, da intensidade dos repasses de preços do atacado para o consumo final.

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