O preço do álcool combustível aumentou 27,56% no primeiro trimestre deste ano, com reflexos imediatos no preço da gasolina, contribuindo com 0,32 pontos percentuais na composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Mas, se depender das expectativas do Comitê de Política Monetária (Copom), o produto deixará de exercer pressão inflacionária já a partir deste mês, com o início da safra de cana-de-açúcar, que começou a ser cortada no interior de São Paulo.
Ata da reunião que o comitê realizou na semana passada, distribuída hoje (27) pelo Banco Central, diz que "é plausível supor" que o movimento de alta dos preços do álcool se reverta, ainda que parcialmente, nos próximos meses.
Tanto que os analistas de mercado consultados todas as semanas pelo BC antecipam recuo da inflação para 0,31% neste mês. Esse já seria um reflexo do "esgotamento de fatores pontuais" de pressão da inflação no primeiro trimestre, como lembra a ata do Copom. O novo quadro conta com a ajuda da queda de preços dos alimentos em razão da safra agrícola 2005/2006, que começa a chegar ao mercado varejista.
No entender dos dirigentes do Banco Central, a ata demonstra preocupação com a "forte alta" dos preços do petróleo no mercado internacional. A despeito disso, o Copom manteve a projeção de aumento "zero" para gasolina e gás de cozinha no acumulado do ano por acreditar em reversão dos reajustes já praticados nos postos de gasolina.
