Resposta da Copel a UEG
Com respeito à nota de Esclarecimento Público veiculada por iniciativa da UEG Araucária sobre contrato de compra de energia, a Copel tem estas informações a prestar.
– A suspensão dos pagamentos à UEG Araucária a partir de janeiro do corrente ano foi motivada pelo absurdo e ineficaz contrato de compra de energia, cujos termos revelam-se prejudiciais à Copel e manifestamente lesivos ao interesse público, firmado indevidamente com a administração anterior.
– Não é verdadeira a afirmação de que em setembro de 2002 a UEG Araucária entregou a Usina à Copel “em plenas condições de operação comercial”. A respeito, bastaria observar que os três compressores da Unidade de Processamento de Gás Natural (que trata o gás a ser utilizado nas turbinas) estão indisponíveis, pois todas as suas válvulas ? que nos testes acusaram deficiência ? foram desmontadas e encaminhadas ao fabricante para readequação, e lá permanecem até hoje.
– É preciso que fique claro que a usina termelétrica instalada em Araucária teve um erro fundamental de projeto ao não poder processar o único gás disponível no local, de origem boliviana. Este erro de projeto acarretou a necessidade da instalação de uma unidade de processamento do gás boliviano, o que acrescentou um custo de US$ 60 milhões ao projeto (hoje R$ 180 milhões).
– Por outro lado, o contrato é tão absurdo que a Copel compra energia a US$ 42 megawat/hora, enquanto vende no mercado a R$ 5 o megawat/hora.
– Também não é verdadeira a afirmação de que a Diretoria da Copel tenha se negado a negociar com a UEG Araucária. As reuniões foram várias e sucessivas. A primeira delas, em 23 de janeiro, teve a participação de toda a Diretoria da Copel e também da El Paso, a acionista majoritária do empreendimento.
– A atual diretoria defende o interesse público e, por paradoxal que pareça, defende também o interesse de 15 mil acionistas americanos que compraram as ações da empresa na Bolsa de Nova Iorque por US$ 18, ações que valem hoje menos de US$ 3, em razão do conhecimento do mercado do contrato lesivo da Copel com a UEG, ao qual se acrescenta um outro contrato absurdo com a empresa espanhola-argentina CIEN.
– É preciso que a empresa americana sócia da UEG entenda que a Copel está disposta a negociar, mas não transigirá com o interesse público e a defesa do patrimônio dos paranaenses. É certo que, mantidos os contratos, a Copel estaria insolvente lá por meados de agosto.
– Aliás, a iniciativa de dar por encerradas as tratativas visando renegociar os termos do contrato de compra de energia partiu da UEG Araucária, comandada majoritariamente pela El Paso, ao cancelar de véspera, no princípio de abril, uma nova reunião sobre o assunto onde propostas da Copel seriam apresentadas e avaliadas. A Copel informa que continua aberta e disposta à retomada das negociações, independentemente das providências judiciais e extra-judiciais que venham a ser tomadas.
– O Paraná tem agora um governo sintonizado com os interesses dos paranaenses e a Copel tem uma direção com compromissos muito claros com o nosso povo.
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